Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Dificuldades dos Mecanismos Para Financiamento da China

13 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , ,

Um artigo publicado por Hisatsugu Nagao, do Nikkei Asian Review, demonstra como o sistema financeiro externo está encontrando dificuldades para liquidar os seus créditos do sistema conhecido como peer-to-peer da China. Como todos sabem que existem muitos mecanismos que se assemelham aos paralelos naquele país, as autoridades chinesas estão alertando para as dificuldades que estão ocorrendo. Decorrem do maior rigor que a China está impondo para a expansão do crédito, fazendo com os que não são tradicionais tenham dificuldades nestes períodos de mudanças.

Todos sabem que sempre existem os que imaginam que podem conseguir remunerações excepcionais com alguns mecanismos que acreditam seguros. Mas os credores individuais descobrem que sempre as elevadas remunerações implicam em riscos também elevados, que nem sempre são considerados. O artigo explica que desde 2007 muitos aplicadores externos imaginaram que poderiam usufruir remunerações anuais que variavam de 15 a 20% ao ano, usando este chamado peer-to-peer, de forma similar que muitos aplicam no bitcoin, acreditando que sem a intermediação bancária, pode-se contar com um sistema que mereça credibilidade, dada a sofisticação dos mecanismos utilizados.

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Com a flexibilização da política monetária na China no passado durante alguns anos, expandiram-se os empréstimos de pessoas gananciosas investidoras para aqueles que procuravam pequenos empréstimos naquele país, imaginando remunerações superiores a dois dígitos anuais. O sistema veio crescendo rapidamente, estimando-se que cerca de 200 mil pessoas emprestaram um total de US$ 17,4 bilhões em mais de 800 plataformas não regulamentadas dos chineses. Há dois anos, as cifras eram de cerca de um quinto das atuais.

Com o aperto monetário que veio se processando pelas atuações das autoridades monetárias chinesas, a partir do segundo semestre do ano passado disseminaram-se as dificuldades destes que eram conhecidos como P2P.

Muitas acabaram sendo fechadas, como em Shenzhen, com o desaparecimento dos seus responsáveis que contavam com mais de uma plataforma cada, deixando expressivos prejuízos que não são recuperáveis. Muitos imaginavam que tais plataformas eram garantidas por empresas de confiança, mas haviam fraudes nas informações fornecidas.

São crescentes as empresas que passaram a enfrentar dificuldades para honrar suas promessas, estimando-se que 80 a 90% delas podem falir, depois do final do ano passado. O máximo que está sendo feito pelas autoridades monetárias chinesas é advertir os aplicadores para tomarem precauções com os fraudadores.

Agora se procura regulamentar estas operações, mas os analistas entendem que são tardias, depois do leite derramado… Lamentavelmente, estes tipos de problemas ocorrem em muitos lugares do mundo, visando os exageradamente gananciosos que imaginam poder contar com remunerações que extravasam o razoável, e que estão muito acima do que o mercado pode proporcionar.

Mesmo com a constante repetição destes tipos de problemas, sempre os “espertinhos” acabam encontrando mecanismos para seduzir os investidores incautos que imaginam que existem “milagres”, não se restringindo à China.



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