Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Budismo na Rússia

20 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: , , , , ,

Uma notícia pouco conhecida foi divulgada pela Gazeta Russa, distribuída como um suplemento da Folha de S.Paulo, informando sobre a presença de budistas na Rússia, precisamente na Sibéria Oriental, tendo como centro a capital Ulan-Ude. Lá chegaram no século VIII e hoje são estimados em 150 mil, possuindo 150 templos menores e 30 datsans, que são maiores e monásticos, funcionando como universidade. Evidentemente, esta parte da Sibéria faz fronteira com a Mongólia, ao norte da China, e as fronteiras da época variaram ao longo do tempo, pois na época do Gengis Khan o império mongol estendia-se do Pacífico até os limites da atual Europa, ocupando praticamente toda a Ásia.

O templo principal é o datsan Ivolguinski, construído em 1945, e haveria conexão com o Dashi-Dorjo Itiguilov, o 12º Pandido Khambo Lama, líder budista russo do início do século XX e seguidor próximo do 14º Dalai Lama, segundo o artigo. Sua morte teria ocorrido logo depois de 1927, e ele teria pedido aos monges que visitassem o seu corpo depois de 30 anos. Ficando em posição de lótus, teria começado a meditar e morreu. Em 1973 foi exumado e ao ser examinado constatou-se que suas articulações permaneciam flexíveis e sua pela estava macia, fenômeno que não consegue ser explicado pelos cientistas.

KazuFolha

Ulan-Uds fica a 4 mil quilômetros de Moscou e a 2.060 de Vladisvostok, a grande cidade russa no Pacífico. As construções aparentam as chinesas, pois tudo indica que o budismo veio da Índia por intermédio da China, tendo se espalhado pela Ásia.

Ainda que apresentando algumas diferenciações, no budismo russo tudo indica que o básico continua sendo semelhante aos mais conhecidos da Ásia. Teria fases históricas diferentes: o budismo foi praticado mais de 700 anos na República Tuva, que foi incorporado ao Império Russo em 1914. Durante o século XVIII, teria uma ascensão nacional quando o líder Buriátria teria declarado que Catarina, a Grande, seria uma encarnação da deusa Tara Branca. Haveria também um templo especial para as monas budistas.

A cidade de Ulan-Ude seria como muitas siberianas, uma mistura de heranças soviéticas, budista e ortodoxa, onde sobrevivem muitos costumes nômades característicos dos mongóis. Esta mistura é única em toda a Rússia, segundo o artigo.

Existem outros templos budistas pela Rússia, como o datsan Gunzetchoinei, em São Petersburgo, que também adota a filosofia Mahayana, ou o “Grande Veículo”, que predomina na Rússia.

Existem algumas marcas que são encontradas nos budismos de outras localidades, como os tambores que contêm pergaminhos com mantras, que girados equivaleriam às orações. Também existem locais para a queima de incensos que incluem velas que, aos serem queimadas, suas fumaças também seriam orações.

Como também a Rússia se encontra num profundo processo de mudanças, inclusive com maior tolerância religiosa, nota-se um avanço entre os budistas, mais na forma de adesão à sua filosofia.



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