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Os Problemas das Vítimas da Bomba Atômica no Japão

16 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , ,

Muitas foram as vítimas das bombas atômicas lançadas pelos norte-americanos sobre Hiroshima e Nagasaki, tanto as que morreram nas destruições destas cidades como pelos efeitos das radiações que sofreram. Estas vítimas são chamadas pelo nome de hibakusha e não se divulga muito sobre elas, pois existe um preconceito sobre seus descendentes que seriam portadores de algumas vulnerabilidades para algumas doenças. Um artigo publicado pelo jornal de gigantesca circulação no Japão, Asahi Shimbun, informa sobre uma jovem neta de um casal de vítimas, Masaki Koyanagi, 16 anos, que depois de visitar seus túmulos comprometeu-se a divulgar seus horrores onde for possível, o que fez no México numa conferencia que cuida do assunto, para uma audiência de mais de 700 participantes. Ela que sabia pouco sobre o assunto, não tratado pela sua família ou nas escolas.

Vivem no Brasil ainda mais de 100 destes hibakusha que são submetidos a exames médicos regulares, bem como seus descendentes. Graças a Deus, não se tem observado que eles estejam mais fragilizados, depois de quase 70 anos daqueles trágicos bombardeios de 1945, que aceleraram o término da Segunda Guerra Mundial. São controvertidas as razões que levaram a decisão destes bombardeios, havendo uma avaliação feita por uma ala norte-americana que eles teriam evitado um sacrifico de muitos soldados aliados, que teriam morrido no desembarque sobre a principal ilha do arquipélago japonês. Os militares japoneses prefeririam a morte a se renderem.

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Bomba atômica que destruiu vidas em Hiroshima, no Japão

Tudo indica que mesmo a cúpula do comando militar dos Estados Unidos não tinha uma clara ideia do que seria um bombardeio atômico, ainda que sabidamente devastador. Teria havido uma experiência, como as que se seguiram com armamentos atômicos como no Atol de Bikini, onde os próprios soldados norte-americanos foram expostos às radiações a distâncias variadas do local da explosão experimental. Muitos entendem que estas decisões deveriam ser consideradas crimes de guerra que nunca afetam os chamados vencedores, como as barbaridades que continuam sendo cometidas em Guantánamo, onde mesmo Barack Obama não consegue suspendê-las, ainda que prometido em campanha eleitoral.

Estes assuntos não são muito discutidos, pois o preconceito alimenta que os descendentes das vítimas que sofreram radiações teriam propensões para algumas doenças, o que não tem sido comprovado pelos exames médicos periódicos a que continuam sendo submetidos. E ninguém gosta de sofrer preconceitos, ainda que não tenham comprovações científicas.

Muitas das fotos dramáticas das vítimas, como as que foram divulgadas pelos próprios norte-americanos, acabaram sofrendo censura posteriormente. Mas, no Museu que se preserva em Hiroshima, por exemplo, estão claramente expostos os sofrimentos a que foram submetidos às vítimas, com centenas de milhares de mortes trágicas. Ninguém pode ficar indiferente diante destes fatos lamentáveis.

Como ainda se dispõem de grandes arsenais de armas atômicas, muitas vezes mais poderosas do que aquelas que foram lançadas sobre o Japão, bem como o uso dos recursos nucleares, ainda que seus controles tenham melhorado, sempre ocorrem acidentes até com equipamentos médicos como ocorreu em Goiânia, no Brasil, ou numa usina nuclear em Fukushima, no Japão, mais recentemente. Seria sempre útil lembrar à humanidade sobre seus perigos devastadores.

A Masaki Koyanagi, os nossos aplausos pela sua campanha.



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