Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Aumento da Irracionalidade no Mundo

15 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , , ,

Fica-se com a impressão que o mundo está sofrendo uma forte praga de aumento da irracionalidade. A Argentina que, na virada do século XIX para XX, já apresentava um nível de renda invejável para os melhores países europeus, e que foi beneficiada pelos seus fornecimentos para os aliados como para o Eixo durante a Segunda Guerra Mundial acumulando uma impressionante reserva internacional ao seu término, com o populismo inaugurado por Juan Domingo Perón e aprofundado pelos seus seguidores caminha para uma situação difícil de ser imaginada. A Venezuela contando com sua respeitável reserva de petróleo, sofrendo da famosa doença holandesa agravada pelos sonhos de Hugo Chávez, está se aproximando do caos com as ingenuidades e despreparos de Nicolás Maduro.

Vladimir Putin com sua política para a Criméia e a Ucrânia chega ao ponto da Angela Merkel considerá-lo se estaria fora da realidade, num quadro em que a Rússia agrava o seu processo de decadência que se acentuou com a dissolução da antiga União Soviética, como está colocado no artigo de Sergei Guriev, professor do New Economic School da Rússia, divulgado pelo Project Syndicate. E o governo brasileiro entende que deve postergar o impacto dos custos energéticos, tanto de energia elétrica como de derivados de petróleo, para os consumidores, cobrindo com recursos de diversas origens as grandes empresas que estão sendo fortemente afetadas por estas manobras, que vão a sentido contrário do que precisaria ser executado pelas indicações do sistema de mercado.

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O resto do mundo não caminha, até o momento, de forma brilhante na sua tentativa de recuperar-se dos duros golpes que sofreu pelos problemas financeiros e bancários gerados em 2007/2008. O Japão tenta se livrar de duas décadas de deflação e estagnação econômica, ainda enfrentando os problemas como das decorrentes dos acidentes ocorridos ha três anos no seu nordeste.

A China está enfrentando grandes dificuldades esperadas no seu processo de reformas profundas, num país gigantesco com amplas diversidades étnicas e geográficas, com todas as complexidades que possam ser imaginadas. A Índia enfrenta uma difícil eleição que pretende mudanças difíceis no seu sistema que manteve no poder uma oligarquia que acabou gerando graves problemas de corrupção. Os Estados Unidos não conseguem resolver seus problemas de profunda divisão que não se limitam somente entre visões republicanas e democratas.

Sempre havia maior esperança que, com todas as limitações políticas e econômicas, avanços poderiam ocorrer nos setores sociais, ao mesmo tempo em que novas tecnologias estivessem aumentando a eficiência dos trabalhos efetuados. A globalização deveria estar ajudando a disseminar as boas experiências que estivessem ocorrendo em muitos lugares do mundo para superar os obstáculos ao desenvolvimento, com a melhoria da preservação do meio ambiente, gerando um aperfeiçoamento sustentável.

Mas as dificuldades parecem se agigantar na medida em que soluções que não estejam respaldados no mínimo de racionalidade acabam se multiplicando, como se fora possível superar as limitações físicas a que todos estamos sujeitos somente pela vontade de dirigentes eventuais de alguns países.

A postergação das duras soluções que necessitam ser adotadas, normalmente, acabara resultando na elevação dos seus custos sociais. Sente-se a carência de estadistas que tenham a visão de longo prazo, capaz de galvanizar as populações nas conquistas racionais de padrões mais elevados de bem estar para todos.

O que se pode esperar é que os sonhos não se transformem em pesadelos…



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