Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Certificados Para Cafés Finos Brasileiros

7 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , ,

O Brasil, por ser o maior produtor mundial de café, acomodou-se na política de manter a sua participação no mercado internacional sem procurar aprimorar a sua qualidade, ainda que sempre tenha existindo alguns esforços isolados neste sentido. A política oficial se concentrava na obtenção de bons preços, inclusive com a retenção de parte da produção, procurando maximizar as receitas cambiais que dependiam muito do café. Mas, na medida em que a demanda mundial e local caminha para uma maior sofisticação, multiplicam-se os esforços para consolidar a conquista da qualidade que se diferencia por regiões.

Depois de um deslocamento do Vale do Paraíba para a região de Campinas com a mão de obra de imigrantes, depois pelas terras roxas da região de Ribeirão Preto, caminhou-se pelas terras virgens do oeste paulista até chegar ao norte do Paraná, onde os solos eram convenientes, mas existiam os problemas como a geada, que, além de prejudicar a sua qualidade, geravam monstruosas flutuações no mercado internacional. Com a elevação dos custos da mão de obra, caminhou-se da região de Franca para o Sul de Minas, e de lá para o cerrado, já com o uso das técnicas de renque confinado, onde as colheitas mecânicas ficavam facilitadas. Sempre houve esforços de melhoria da qualidade da bebida, como o sombreamento e as seleções das cerejas nos chamados cafés lavados. Só mais recentemente, com a consolidação de Minas Gerais como importante produtora, estendendo-se pela Bahia e Espírito Santo, onde se produzia variedades mais pobres, caminhou-se na procura das elevadas qualidades, com produções certificadas por fazenda.

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Foto: Valor Econômico

O artigo de Carine Ferreira, publicado no Valor Econômico, destaca um dos esforços que está sendo efetuado no cerrado mineiro, pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado. Além de conseguir uma nota mínima na avaliação utilizando a escala da Associação Americana de Cafés Especiais, o produto deve apresentar possibilidade de rastreamento para informar sobre a variedade, tipo de solo, geolocalização como outras informações.

A região considerada de Cerrado Mineiro concentra-se nos municípios de Patrocínio, Araguari, Monte Carmelo, Serra do Salitre, entre outros, onde o renque confinado começou a ser utilizado ainda na década dos sessenta do século passado.

Quando do seu consumo em estabelecimentos especializados, como o Coffee Lab de São Paulo, além da escolha dos cafés selecionados em certificados, existem também possibilidades de se promover o blend para proporcionar o paladar preferido por cada consumidor. Evidentemente, como os vinhos finos, também as safras acabam influindo nos mesmos, como nos anos secos como o desta safra.



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