Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Ligação das Bolsas de Xangai e Hong Kong

10 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , ,

Um artigo publicado por Kana Nishizawa no site da Bloomberg informa que a China pretende ligar as operações efetuadas pelas bolsas de Shanghai e de Hong Kong que resultariam em negociações diárias de US$ 3,8 bilhões. Um comunicado da China Securities Regulatory Commission afirma que ações listadas nestas bolsas, 10,5 bilhões de yuans de Hong Kong e 13 bilhões de Xangai, poderiam ser negociadas na outra, o que está estimado em 21% dos negociados em Hong Kong e 14% dos de Xangai, segundo a Bloomberg. Os especialistas entendem que estas operações apresentam tendência de aumento.

Desde a incorporação de Hong Kong na China continental, dentro do conceito de um país e dois sistemas, estas integrações tendem a se elevar. Basta lembrar que o Hong Kong Shanghai Bank já atuava nas duas praças antes da implantação do regime comunista. Com o tempo, pode ser que Taipé também seja integrado, na medida em que avancem os entendimentos políticos entre as autoridades de Taiwan e da China, sendo que esta última já considera aquele arquipélago uma de suas províncias. Na medida em que se encontrou um sistema para a incorporação de Hong Kong, a tendência pode ser neste sentido, ainda que Taiwan já contasse com uma população anterior à chegada dos nacionalistas chineses adeptos de Chang Kai Check, expulsos da China por Mao Tsetung.

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Bolsa de valores de Xangai e de Hong Kong

Como as poupanças chinesas são elevadíssimas se consideradas os padrões ocidentais, e os chineses tendem a ampliar suas operações por todo o mundo, como já fazem no Sudeste Asiático, é de se esperar que estes arranjos acabem ampliando suas operações na economia mundial.

Como a economia chinesa da vizinhança de Hong Kong já está fortemente integrada tanto com o continente como nas operações externas, nada mais natural que a tendência dos segmentos financeiros acompanharem estas integrações. Hong Kong, como também Macau, eram acomodações temporárias, como também Xangai que contava com extraterritorialidade dos ingleses, franceses e japoneses por muitas décadas depois da Guerra do Ópio até o término da Segunda Guerra Mundial.

Como a China apresenta uma ampla diversidade étnica e cultural dentro do próprio território, com a dispersão dos chineses por todo o mundo, a integração econômica-financeira internacional tende também a se elevar, pois ela não é muito condicionada às fronteiras políticas.

Os estudiosos dos problemas chineses apresentam a convicção que o País do Meio, de forma diferente de outras potências políticas, não conta com tendências imperialistas, mas nas atividades econômica-financeiras acabam tirando partido de sua longa tradição que começou com a Rota da Seda. Ainda que esta seja a tendência histórica, nada deve ser considerada imutável ao longo das próximas décadas, quando poderiam atingir a supremacia econômica, superando até os Estados Unidos.



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