Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Pesquisas e Esperanças Com Relação ao Alzheimer

21 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde | Tags: , ,

Todos sabem que muitas pesquisas estão sendo feitas para ampliar o conhecimento sobre Alzheimer diante do aumento dos idosos em todo o mundo. As primeiras esperanças estão divulgadas na revista científica The Lancet, que informa a redução relativa dos pacientes de Alzheimer no Reino Unido e na Dinamarca comparando dados de um levantamento efetuado em 1994 e outro em 2014. Os pesquisadores no Reino Unido esperavam um aumento das pessoas com Alzheimer diante da elevação da idade média, o que não se comprovou. Parece haver uma relação com a redução do consumo de peixe e fritas. Na Dinamarca, as pessoas com 90 anos nascidas em 1915 tinham melhores resultados nos testes cognitivos que as nascidas em 1905, mostrando que alguma coisa melhorou. Desconfia-se que houve melhora na nutrição, no fitness e na educação, o que vem sugerindo uma caminhada diária de uma hora por dia.

Rowan Hooper é o editor da revista New Scientist e entrevistou pesquisadores japoneses, publicando o seu artigo no The Japan Times. Falou com o líder da equipe do Laboratory for Proteolytic Neuroscience at Riken’s Brain Science Institute, Takaomi Saito. Ele que conta com sede em Wako, na província de Saitama, considera sua missão social e científica proteger a sociedade japonesa dos estragos do Alzheimer que ameaça destruir os mecanismos de assistência social, cujos gastos devem chegar a US$ 500 bilhões em 2050, e descobrir como o cérebro envelhece.

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Rowan Hooper                                     Takaomi Saito

A linha de pesquisa de Takaomi Saito é um rato que em vez de reproduzir um modelo humano que não é perfeito, mas que tem propensão genética para desenvolver Alzheimer. Eles usam uma particular proteína conhecida como precursora da amiloide – APP, que se pensa como causadora da ruptura dos neurônios do cérebro, que são as principais características do Alzheimer. O novo rato é uma estirpe que produz APP, que é uma forma mais realista para a doença humana real. Os detalhes desta pesquisa foram publicados no Nature Neuroscience.

O que se persegue é o conhecimento do mecanismo da doença, para o estabelecimento de um diagnóstico pré-sintomático, prevenção e tratamento da doença. O que se conhece hoje e é cientificamente comprovado é a caminhada diária por uma hora.

Todas estas pesquisas são complexas, pois o tal consumo de peixe que se desconfia seria prejudicial pode depender de como é preparado. Se frito, deve conter uma elevada quantidade de gordura, e se consumido com outros elementos neutralizadores da gordura como os nabos e derivados de soja, os resultados podem ser diferentes.

Lembro-me bem que o consumo de frutos do mar, como os camarões, eram considerados maléficos pelos cardiologistas brasileiros, dado o costume de serem fritos. Quando no Japão, nos informaram que ele dependia da forma do seu preparo, pois por lá se costumava cosir com o uso dos derivados da soja, bem como os japoneses possuem o saudável habito de consumir peixes grelhados na brasa, com a adição de nabo ralado.

Mas o que não parece apresentar muitas dúvidas é que os exercícios físicos regulares ajudam na prevenção de problemas como o Alzheimer na idade avançada.



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