Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Saúde Global 2035 no Project Syndicate

19 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Medicina, Notícias, Saúde | Tags: , ,

Um grupo de 25 especialistas abnegados do mundo elaborou o plano chamado Saúde Global 2035 divulgado no site do Project Syndicate por Gavin Yamey, da Universidade da Califórnia, e Helen Saxenian, do Results for Development Institute, ambos participantes deste grupo. Eles afirmam que o mundo está passando por um ponto de inflexão histórico onde os medicamentos hoje disponíveis, as vacinas e outros instrumentos de saúde permitiriam a redução da lacuna entre países ricos e pobres em matéria de saúde no prazo de uma geração. O ambicioso programa de investimentos permite que cada dólar investido proporcione um retorno de 9 a 20 dólares, o que é simplesmente espantoso.

Este grupo trabalhou por um ano identificando os instrumentos, sistemas e financiamentos que seriam necessários para garantir esta convergência global que poderia salvar milhões de vidas, reforçar o bem-estar humano e proporcionar aumento da produtividade para estimular o crescimento econômico. Segundo os autores, 10 milhões de vidas anualmente seriam beneficiados e, por incrível que pareça, com elevados retornos econômicos que se espera estejam bem calculados.

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Gavin Yamey                                                            Helen Saxenian 

Segundo os autores, o sucesso do plano depende de um compromisso global para que toda a humanidade possa acessar tecnologias de saúde e serviços, como vacinas para crianças, o tratamento do HIV e a tuberculose, e o pré-natal para as mulheres grávidas. As atenções devem se voltar prioritariamente às mulheres e crianças dos países periféricos.

Uma das estratégias principais é a convergência para o planejamento familiar. Informam que hoje mais de 200 milhões de mulheres em todo o mundo não têm acesso aos anticoncepcionais modernos para permitir um planejamento simples e barato.

Informam que a melhoria na contracepção evitaria cerca de um terço de todas as mortes das mães. Objetivariam as mulheres de 15 a 19 anos nos países pobres que têm acesso limitado às contracepções, as mulheres que têm gravidezes múltiplas em rápidas sucessões e não contam com possibilidade de planejamento da gravidez.

Estima-se seriam evitadas 600 mil mortes de recém-nascidos e 500 mil mortes de crianças por ano. Isto evitaria também a sobrecarga dos sistemas de saúde, bem como todos os cuidados necessários com as crianças. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que em 27 países com taxas de natalidade exageradas, como Afeganistão e Chade, seriam beneficiados com um crescimento de 8% do PIB até 2035.

Os autores do plano estimam que fossem investidos adicionalmente cerca de US$ 70 bilhões por ano para a execução do mesmo, sendo que grande parte financiada pelos próprios recursos dos países beneficiados, utilizando somente 1% do PIB destes países com a melhoria da sua saúde, evitaria 10 milhões de morte por ano. Um grupo de governos doadores junto com outros parceiros promove a redução do custo de um contraceptivo de longa duração, chamado Levonorgestrel, de US$ 18 para US$ 8,50 por unidade em mais de 50 países.

A comunidade internacional deve intensificar as pesquisas para solucionar problemas das doenças que afetam os pobres, como a diarreia infantil e a pneumonia que matam cerca de 2 milhões de crianças cada ano. A oportunidade para conseguir uma grande convergência nos resultados globais de está ao alcance de todos, segundo os autores.



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