Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Mudanças na Política Agrícola Japonesa

10 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , , ,

Segundo notícia publicada no Yomiuri Shimbun, o governo japonês está tomando as providências para conseguir uma autorização legislativa visando mudanças na atual Lei de Terras Agrícolas. Até o momento, as grandes empresas japonesas só podem participar, no máximo, de 25% das empresas agrícolas, o que está sendo considerado uma limitação desnecessária para a melhoria de cerca de 13.500 existentes. Está se elaborando um projeto permitindo que este percentual chegue a 50% ou até mais, em alguns casos, visando à introdução de novas tecnologias, como aproveitamento das conexões dos grandes grupos nas atividades agrícolas do Japão.

Como se sabe, a tecnologia agrícola vem se alterando, fazendo com que produções de legumes, como as hidropônicas, se tornem cada vez mais importantes, deixando com que a terra seja relevante para as mesmas. Irrigações ou vinil houses são utilizadas para controle das condições climáticas, não só relacionado com a necessidade de água como de umidade, temperatura ou de insolação. Muitos produtos agrícolas já ficam prontos para serem apresentados nas lojas varejistas, para uso imediato, pois as donas de casa dispõem de cada vez menos tempo para preparo das refeições caseiras. Para tanto, torna-se indispensável tecnologias bem como conexões para colocação das produções, o que muitas vezes são feitas por trading companies.

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Lettuce grows in a plant factory in Rikuzen-Takata, Iwate Prefecture, managed by an agricultural incorporated body. The Yomiuri Shimbun

Estas produções estão se tornando importantes, deixando de ser simplesmente tarefas que possam ser efetuadas pelos agricultores japoneses, onde estão concentrados muitos idosos. Os acessos às tecnologias e equipamentos acabam exigindo investimentos que precisam ser obtidos pelas empresas de maior porte, ao mesmo tempo em que haja um fluxo contínuo colocado no mercado, independente da época do ano, para muitos produtos.

Desde a Expo Tsukuba 85, quando se expôs que um simples tomateiro poderia produzir toneladas de produtos ao longo de seis meses, num vinil house, com condições controladas, mostrou-se que estes tipos de produções de alta tecnologia acabariam sendo mais relevantes. A disponibilidade de terra tornou-se secundário, e as produções hidropônicas permitem que nutrientes necessários sejam fornecidos por alguns torrões, sendo que a água assume um papel mais preponderante.

No Japão, que conta com um clima rigoroso em algumas regiões por muitos meses ao mesmo tempo em que sua extensão territorial apresenta limitações, a produção de alimentos destes tipos assumem uma importância maior, ainda que os desenvolvimentos tecnológicos exijam investimentos pesados.

O número de recursos humanos voltados para as atividades agrícolas também está se reduzindo, que passa a ser uma atividade de tecnologia intensiva. Todos os países necessitam pensar numa razoável independência alimentar e, ainda que algumas commodities agrícolas possam ser asseguradas por um fornecimento de fontes externas diversificadas, sempre os mais frescos necessitam de abastecimento local do tipo empresarial.

Além dos legumes, outras produções agrícolas, como das flores e frutas, acabam sendo de tecnologias intensivas, para um mercado cada vez mais exigente.



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