Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Grupo O Globo Segundo The Economist

6 de junho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: , , ,

Uma análise superficial acabou de ser publicado no The Economist sobre a atuação do grupo O Globo, no Brasil, com suas variadas atividades mostrando quanto é difícil para os estrangeiros entenderem uma empresa tão complexa na sua inserção com o país, afirmando que o seu “monopólio” está sendo ameaçado pela internet que proporciona novas formas de comunicação social. Referem-se ao poder econômico que permite arrematar “pacotes” custosos para preservar as audiências como nos esportes, admitindo que elas continuem dependendo das obsoletas novelas que cativam os telespectadores brasileiros, lamentavelmente. Dispõe também de uma rede de canais de televisões pagas para atender outros segmentos de interesse da população, onde o centro das preocupações são os índices de audiências, sem maiores considerações com outros objetivos sociais.

Referem-se ao longo comando de Roberto Marinho, que manteve forte intimidade com as autoridades que implantaram o regime autoritário no Brasil, sobre o que se desculparam publicamente num comunicado, sem se referirem aos benefícios que receberam. Hoje, sua administração familiar continua sendo exercida pelos seus filhos. Mas a matéria não se refere à ligação inicial que tinha com um grupo estrangeiro, o que não era permitido pela legislação, do qual tiveram que se desfazer, mas deram o impulso inicial de sua diferenciação tecnológica com os demais grupos do setor. Não analisam o seu papel controvertido, que se de um lado ajudou a integração nacional, acabou influenciando com os seus programas uma moral que predominava nas regiões praianas do Rio de Janeiro, que não eram as mais adequadas para as populações interioranas do Brasil, mais conservadoras.

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Muito se discute no país sobre a sua situação quase monopolística, com o poder que decorre da comunicação e utiliza de forma abusiva, fazendo uso de ídolos que acabam sendo destacados num país onde as avaliações sociais ainda são precárias, diante do modesto desenvolvimento cultural. Muitas autoridades acabam tendo posições contrárias à preservação desta situação, mas temem ser prejudicados pelo poder quase monopolístico que decorre de sua parcela exagerada na comunicação social do país.

O The Economist constata que está havendo uma mudança no mundo nas grandes empresas de comunicação social que são concessionárias e não devem gozar de privilégios decorrentes de situações monopolísticas mal regulamentadas. Estas estariam sendo ameaçadas pelas novas formas eletrônicas de comunicação que estão se intensificando no país como em outras regiões do mundo. Fazem alguns paralelos com outros países, notadamente latino-americanos, onde também existem grupos privados poderosos nesta área.

São consideradas as possibilidades do modelo brasileiro de televisão tender para o padrão do que já acontece nos países desenvolvidos onde o poder da comunicação social está mais diversificado, o que seria importante para a preservação de uma democracia efetiva. Na realidade, em episódios eleitorais passados, comprovou-se que o poder do grupo está superestimado, pois apesar de seu forte engajamento numa campanha contrária a um candidato regional, acabou sendo derrotado nas suas pretensões.



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