Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Perigo da Euforia para a Frustração

26 de junho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: , , ,

Esta Copa do Mundo no Brasil despertou uma euforia inicial que até pode ser considerada exagerada, ainda que um entusiasmo seja usual em eventos esportivos. O sucesso nos comparecimentos elevados dos aficionados até em estádios distantes como Manaus e Cuiabá, mesmo em partidas não consideradas fundamentais; um turismo internacional significante e bastante satisfeito, mesmo com a previsão anterior de muitos problemas; uma audiência televisiva importante mundialmente e uma cobertura jornalística inusitada mesmo para eventos da natureza. Novos países se destacaram na competição, principalmente entre os latino-americanos, enquanto tradicionais equipes consideradas potências futebolísticas acabaram sendo eliminadas prematuramente como a Espanha, Inglaterra, Itália e Portugal, indicando uma sadia renovação. O risco de uma frustração com as altas expectativas geradas por início brilhante é sempre uma possibilidade.

De um lado, só será campeão um país, sendo que 31 outras equipes não poderão chegar lá, apesar das esperanças criadas entre seus torcedores. Os que já foram eliminados ou não conseguirão passar para a segunda etapa representam 50%, sendo que muitos chegaram com elevadas expectativas que não foram confirmadas. Entre os que não são tradicionais no futebol e que tiveram suas esperanças aumentadas, por se contarem com novas equipes que conseguiram os primeiros resultados promissores, muitos não poderão passar da segunda fase das oitavas e quartas de finais, não chegando as semifinais, que já seriam compensações aceitáveis.

inglaterra

Torcedores da Espanha e da Inglaterra lamentam desclassificação na primeira fase

O futebol mais que muitos outros esportes parece desencadear uma paixão que evidentemente não é racional. Depois dos primeiros resultados promissores, no prosseguimento da competição mesmo com adversários considerados menos potentes, nem sempre se colheu vitórias consagradoras. Tudo indica que há uma nivelação razoável entre os competidores, ou que as expectativas geradas sobre algumas equipes foram exageradas.

Mesmo sendo otimista numa competição como a Copa do Mundo, sempre haverá os derrotados, e eles poderiam ficar conformados desde que suas equipes tenham competido com empenho e o que se entende por justiça tenha prevalecido. No entanto, as falhas das arbitragens ficam gritantemente expostas com os atuais recursos oferecidos pela televisão. Mesmo que algumas tecnologias tenham sido introduzidas, não se observa uma redução dos erros, que são interpretadas com tendenciosas.

O futebol, como muitos esportes profissionais, não é considerado protegido das ações de corruptos. Os noticiários informam que algumas escolhas dos países que devem promover estes eventos acabaram sendo favorecidas com a duvidosa opção de alguns dirigentes que teriam sido subornados.

Como envolvem recursos substanciais, não havendo uma total transparência na prestação de contas dos vultosos patrocínios, sempre acaba se levantando dúvidas sobre alguns resultados, principalmente da parte dos que se consideram injustiçados.

Há que se aperfeiçoar a transparência no futebol, não se permitindo a perpetuação de um grupo no seu comando por um longo período de tempo. Seria desejável que o futebol, que gera tanto entusiasmo, não seja desvirtuado, tornando-se um balcão de negócios que retire toda a beleza de uma competição dentro do verdadeiro espírito do fair play, que permita o congraçamento de um mundo que já sofre com tantas desgraças.



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