Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Propostas Agressivas dos Chineses Para os Árabes

7 de junho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , , ,

Há que se respeitar a grande capacidade chinesa de formular novas concepções estratégias internacionais com uma visão de longo prazo. Na sexta reunião de nível ministerial do Fórum Para a Cooperação Sino-Arábe realizada em Beijing, o presidente Xi Jinging expressou que a Rota da Seda deveria ser a referência para esta colaboração. Todos devem ter em mente que a Rota da Seda foi o mais expressivo intercâmbio da história da Ásia, contando com a ativa participação do Oriente Médio na sua ligação com a Europa. A mesma concepção volta a ser colocada num momento crucial, quando os árabes estão deixando de merecer a devida atenção do Ocidente. A China está colocando explicitamente a sua intenção de se estabelecer uma nova aliança com os árabes, baseada nos pilares na colaboração na construção de uma infraestrutura para tanto, tendo como foto a cooperação na área energética de alta tecnologia, envolvendo a nuclear, aeroespacial e novas energias.

O assunto consta de um artigo publicado no China Daily com a participação do Xinhua, a agência oficial da China. A infraestrutura e a energia, com os investimentos e comércio, seriam os esteios das ligações deste amplo entendimento. Xi Jinping expressou que a próxima década será crítica para a China como para os países árabes, devendo expandir o volume de comércio dos atuais US$ 240 bilhões para US$ 600 bilhões. As empresas chinesas estão sendo encorajadas a investir em energia, petroquímica, agricultura, indústrias e serviços nos países árabes, dentro de um esquema que permita a transferência de tecnologias.

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President Xi Jinping and other leaders attend the opening of the Sixth Ministerial Conference of the China-Arab States Cooperation Forum in the Great Hall of the People in Beijing on Thursday. [Photo / China Daily]

Seria construído em conjunto o centro de treinamento árabe para o uso pacífico da energia nuclear e a abertura do China Beidou Navigation Satellite System para os países árabes. Mais de 200 árabes e chineses foram convidados para estes eventos.

Também serão estabelecidos mecanismos conjuntos para combate ao terrorismo e fortalecimento do comércio das duas partes. Manifestaram-se a favor da ideia Zhu Weilie, o diretor do Centro de Estudos China-Árabes e professor da Shanghai International Studies University, e o primeiro-ministro do Kuwait, Sheikh Jaber Al-Mubarak Al-Hamad Al-Sabah.

Nabil el-Araby, secretário-geral da Liga dos Estados Árabes afirmou que a China é o único país membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas que tem apoiado sistematicamente as causas dos Estados Árabes para o seu desenvolvimento.

Nos próximos três anos, Beijing treinará 6 mil pessoas para trabalharem nos países árabes e 10 mil artistas chineses deverão visitar estes países, mostrando que os entendimentos desejam ser profundos.



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