Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

The Economist Critica a FIFA e Outros Esportes Profissionais

6 de junho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: , , , ,

O The Economist do próximo fim de semana publica um artigo pesado contra a FIFA, já disponível na sua versão pela internet, citando nominalmente o seu presidente Joseph Blatter, que declarou pretender mais um mandato, mesmo reconhecendo que o futebol é o esporte mais popular do mundo. Menciona a escolha de Qatar como sede de 2022, que teria envolvido corrupções promovidas por Mohamed bin Harmmam, que já foi demitido da Vice-Presidência daquela organização mundial, com sede na Suíça, segundo documentos obtidos pelo Sunday Times, atingindo também de raspão Michel Platini, que seria um candidato de oposição. A beleza deste esporte é reconhecida, prevendo que metade da humanidade acompanhará no mínimo parte da Copa do Mundo no Brasil a partir de 12 de junho próximo, lamentando-se que nuvens maiores que o Maracanã esteja tirando o seu brilho, inclusive envolvendo algumas arbitragens.

Ninguém entende como foi escolhido Qatar para sede da Copa, em pleno verão árabe. E porque o futebol não conta com formas eletrônicas de conferência de algumas dúvidas, como já acontece em outros esportes. Segundo o artigo, intermináveis escândalos financeiros têm provocado a expulsão de alguns executivos. Mas, também mencionam o que tem acontecido com os Jogos Olímpicos, com a Fórmula Um, o basquete norte-americano com questões racistas, e manipulações de resultados no críquete e futebol americano. Menciona-se, também, os patrocínios por décadas da Adidas, Coca-Cola, Emirates, Hyundai, Sony e Visa, que podem ter suas imagens afetadas pelos escândalos.

sepp blatter fifa

Joseph Blatter

Evidentemente que o The Economist também não é totalmente imparcial, quando afirma que nos três grandes países como os Estados Unidos, a China e a Índia o futebol não é tão popular. Há que se admitir que os norte-americanos estejam aumentando o seu interesse, como os chineses, no mínimo. Também existe uma referência que os amantes do futebol não se preocupam com estes escândalos todos, o que não é verdade.

A posição que os novos estádios que precisam ser construídos nos países sede também parece parcial, pois eles mesmo reconhecem que não convêm que as Copas só sejam realizadas nos países que já contam com a infraestrutura para tanto.

Uma sugestão apresentada que o futebol não poderia ficar na alçada de uma entidade como a FIFA parece apresentar alguma razão, mas deve-se reconhecer que isto acontece também em outros esportes, não havendo necessidade de que tudo seja governamental, mesmo internacionalmente. Mas, que a transparência deve ser respeitada, parece que é uma questão onde deve haver consenso.

No fundo, a FIFA não pode ser uma agência de negócios, que envolve os ingressos, os direitos de transmissão pela televisão e a venda de uma grande quantidade de material com a sua chancela, notadamente quando ela pleiteia isenções de impostos.

Os negócios altamente rentáveis como o futebol atraem aventureiros de toda a ordem, e muitas das operações, não somente envolvendo as Copas, acabam sendo suspeitas, contrariando todo o espírito esportivo. É de se esperar que as indignações que estão se espalhando pelo mundo permitam aperfeiçoamentos na sua administração, pois o congraçamento pelo esporte continua sendo um ideal da humanidade.



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