Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Confusa Situação da Segurança Internacional

16 de setembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: , , ,

O problema agravado pelas divulgações internacionais dramáticas das decapitações de jornalistas pelo Estado Islâmico está em todos os meios de comunicação do mundo, mas as medidas até agora tomadas não parecem contar com a operacionalidade adequada para enfrentar esta lamentável situação. A revista The Economist costuma apresentar uma avaliação ponderada, mas até ela parece confusa com a complexidade do quadro, avaliando que sua solução demandará muito tempo, exigindo paciência de todos. Comenta o pronunciamento de Barack Obama sobre o assunto aproveitando o aniversário do ataque às Torres Gêmeas, considerando o Estado Islâmico um câncer, com o qual todos concordam. Mas, sua intenção de só proporcionar ataques aéreos, além de oferecer limitada assistência técnica ao Iraque indica a lamentável perda do poder dos Estados Unidos para interferir em questões internacionais desta natureza e até de organizar uma coalizão de países para tanto.

A medida da complexidade do atual problema pode ser dado pela lamentável participação de norte-americanos e ingleses radicais nas ações do Estado Islâmico, alem da adesão de muitos países árabes para o seu combate, inclusive a disposição do Irã. São notórias as dificuldades da maioria dos grandes países ocidentais no envolvimento de suas tropas nas operações territoriais, que sofre uma forte rejeição de suas populações. Ao mesmo tempo, organismos internacionais como as ONU – Nações Unidas, ou a NATO – Organização do Tratado do Atlântico Norte não contam com condições operacionais para interferir num quadro tão dramático.

clip_image002                                   Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama

O The Economist que a proposição genérica de Barack Obama só funcionará se o Oriente Médio começar a superar o caos em que se encontra, com a lamentável política externa dos Estados Unidos nos últimos anos. Todos sabem, infelizmente, que borbardeios aéreos, por mais intensos que sejam, não conseguem desorganizar o Estado Islâmico que nem se sabe com quantos membros contam, e na medida em que inocentes civis são atingidos as resistências mundiais acabam se agravando.

Considerando um inimigo maior o Estado Islâmico até se aceita as participações da Síria, quando os Estados Unidos não conseguiram equacionar adequadamente a situação do Iraque, depois de muitos recursos humanos e materiais lá sacrificados. Outras participações de países árabes sempre são complicadas, pois existem problemas etnicos alem de diversas facções que possuem orientações diversas, inclusive do ponto de vista religioso.

Mesmo entre os demais aliados ocidentais com que os Estados Unidos possam contar, existem muitos problemas políticos que estão sendo enfrentando, tanto com as eleições como o estado ainda precário de suas economias. Se existem problemas como da atual NATO que é regional, as dificuldades de se chegar a um mínimo de consenso na ONU aparenta ser mais difícil.

Um detalhe a ser observado é que os jornalistas decaptados pelo Estado Islâmico usavam uniformes idênticos com os utilizados pelos prisioneiros de Guantanamo, que Barack Obama prometeu fechar, mas não teve condições para tanto.

Tudo indica que é preciso haver uma clara consciência que estas guerras atuais não são as convencionais, aparentando ser mais de guerrilhas, como as que foram enfrentadas no Vietnã e em muitas outras intervenções mais recentes, quando não fica muito claro quem é inimigo e quem é amigo.



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