Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Bolsas Antecipam os Otimismos em Alguns Mercados

27 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , ,

Ainda que possam considerados duvidosos os efeitos da política monetária chamada de quantitative easing inundando os mercados com créditos, que começaram nos Estados Unidos, está sendo aplicada no Japão e deve ser utilizada também na Europa. A dúvida decorre da guerra cambial que acaba prejudicando as economias menos fortes, mas não se pode negar que as bolsas sejam as primeiras e mais ágeis para antecipar os inícios das recuperações nestas economias, que acabam impactando de forma positiva no resto do mundo. Notícias como as divulgadas pelo site da Bloomberg informam que estas maciças injeções de recursos, ainda que demorem até que a melhora chegue ao lado real da economia. As cotações das bolsas começam a melhorar, até porque suas operações são virtuais, antecipando o que se espera no futuro, não exigindo providências que demandam tempo, como as ampliações dos empreendimentos que podem provocar um aumento da oferta de produtos físicos.

Informa-se que na Europa começa a haver alguns indícios de otimismo, diante da possível ampliação de compras de ativos por parte do Banco Central Europeu. No Japão, alguns resultados de empresas cotadas nas bolsas começam a melhorar, até porque estavam com seus preços deteriorados, e as desvalorizações cambiais do yen acabam beneficiando algumas empresas nas suas exportações, ainda que não seja um fenômeno generalizado. Os que são a favor de medidas que provoquem a retomada do consumo das famílias, bem como propiciem condições de ampliação das instalações fabris para empregarem mais recursos humanos e gerarem produções adicionais, precisam esperar um pouco mais, reconhecendo que os segmentos financeiros tendem a antecipar com maior facilidade as mudanças do quadro.

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Este tipo de comportamento da economia sempre envolve alguns riscos, ainda que as medidas de política econômica visem atualmente a melhoria das diversas economias que se espera ocorra no futuro próximo. No entanto, para que isto ocorra, existem muitos outros fatores que estão interferindo no mercado, como questões políticas, questões climáticas e de sustentabilidade e vários outros que nem sempre são controláveis pelas autoridades.

Os Estados Unidos passam por um período de grande divisão interna, com o presidente Barack Obama já no período final do seu mandato, um aumento do poder dos republicanos no Congresso, e disseminação dos conflitos raciais, ainda que todos procurem se conter dentro dos limites das manifestações pacíficas e democráticas.

Na Europa, o longo período de dificuldades econômicas tende a radicalizar posições políticas, com o fortalecimento de posições de extrema direita. A aceitação das imigrações provenientes da África, por exemplo, dificultam as convivências de grupos que pensam de formas diferentes.

Outros problemas se multiplicam pelo Oriente Médio, pelo norte da Ásia e as disputas como as que vêm ocorrendo com a ascenção da China nem sempre são tranquilas. As dificuldades, como a de preservação do meio ambiente, são complexas para que se chegue a um consenso mundial das metas a serem perseguidas. Tudo ocorre num cenário onde alguns países acusam decréscimos de população e os encargos de assistência dos idosos começam a pesar de forma expressiva.

Certamente, alguma recuperação a um ritmo menor do que desejável deverá ocorrer, mas não existe uma garantia do prazo em que deve acontecer, atendendo todas as limitações existentes que lamentavelmente não são poucas. As esperanças continuam sendo depositadas sobre os países emergentes, mesmo com todas as suas dificuldades.



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