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Corajosa Colocação da Consulesa da França em São Paulo

13 de janeiro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , ,

clip_image001A consulesa da França Alexandra Loras, com invejável formação e carreira, faz um pronunciamento corajoso sobre a atual situação no seu país. Ela fez mestrado na prestigiosa Sciences Po, uma universidade que forma a elite política da França.

Alexandra Loras, corajosa e preparada consulesa da França.

Alexandra Baldeh Loras, assumindo claramente a sua situação de africana, filha de pai da Gâmbia, formada em ciências políticas, trabalhou na televisão francesa nos canais France 3 e TF1, onde era a única negra e há dois anos é consulesa da França em São Paulo. Sua declaração para Eliane Trindade, que publicou um artigo sobre sua posição sobre os atuais problemas na França para a Folha de S.Paulo, é de uma coragem incomum para quem é casada com um diplomata francês, posição que costuma resultar em reserva.

Ela preocupou-se que os autores do ato de terrorismo fosse um dos seus “primos”, pois o sobrenome Coulibaly do sequestrador que assassinou judeus num supermercado é muito comum na África. Ela, como muitos dos seus compatriotas, procura as razões dos atentados em Paris, no meio do luto.

A consulesa se questiona porque estes jovens estão adotando atitudes tão radicais. Ela é estudiosa de problemas de integração e assina um blog sobre minorias (www.alexandraloras.com), portanto está acostumada a tratar destes assuntos.

Ela comenta que ouviu muitas expressões como “animais, selvagens, negro sujo, árabes imundos”, afirmando que a França não pode esquecer os 400 anos de escravidão e 300 de colonização de outros povos. A França teria que se assumir como nação multicultural e multirracial, segundo ela.

Na condição de africana, refere-se que muitos se sentem rejeitados, como árabes, asiáticos e judeus também. Isto ainda que a França venha tentando uma convivência de muitos desiguais. Segundo ela, é natural que quem não conta com a figura de um pai e tenda a adotar outro que lhe dá importância.

Ela acha que precisam procurar resgatar os que tenderam para o terrorismo que vão para as mãos do Al Qaeda, para que se sintam parte do povo francês. Muitos são astros na França, apesar das origens de descendentes de imigrantes.

Ela lembra que o Charlie Hebdo é um jornal de esquerda, que sempre publicou charges que podem ser interpretadas como xenófobas, racistas e antissemitas. Ela se pergunta que liberdade de expressão está se defendendo atualmente na França. Poderia se faltar com respeito a profetas reverenciados por uma comunidade que não teria meios de comunicação para se expressar?

A íntegra do artigo pode ser acessada no http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/01/1574303-minorias-sao-rejeitadas-na-franca-diz-consulesa-em-sp.shtml .



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