Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Governo Japonês Confiando no Abeconomics

14 de janeiro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , , , | 2 Comentários »

clip_image002O novo orçamento aprovado no Japão, que começa a ser implementado em abril próximo, mostra a forte confiança do governo no sucesso do Abeconomics, ainda que haja dúvidas de muitos analistas.

Premiê japonês Shinzo Abe

Segundo o artigo publicado por Mikio Sugeno, do jornal Nikkei, publicado no site do Nikkei Asian Review, o orçamento recorde de US$ 812 bilhões aprovado pelo governo de Shinzo Abe oferece alguns sinais positivos para enfrentar o enorme déficit fiscal. O plano depende muito do aumento da receita e das reformas que devem ser feitas que podem atrair a ira dos eleitores. A receita fiscal depende da recuperação da economia, mostrando a confiança no Abeconomics que está aumentando a disponibilidade de recursos pela política de “quantitative easing monetary policy”, que está sendo executada pelo Bank of Japan, a autoridade monetária daquele país.

O objetivo declarado do governo é reduzir o déficit primário, contendo os custeios do governo notadamente na previdência social, no que se assemelha muito do que se persegue no Brasil, ainda que os quadros sejam totalmente diferentes. O Japão persegue conseguir uma inflação, saindo da deflação. Até agora as empresas não se dispuseram a contrair empréstimos para ampliar os seus investimentos, e os consumidores se mostram cautelosos no aumento de suas despesas. O governo procura induzir as empresas a aumentarem os salários para ampliar a renda disponível das empresas.

O governo pretende aumentar os dispêndios para recuperaçãos das economias regionais, bem como gastos na ampliação de sua capacidade de defesa externa, no que irritam vizinhos como a China e a Coreia do Sul.

Os cortes dos custeios do governo apresentam muitos problemas com o aumento dos idosos e seus gastos de saúde. Almeja-se a redução substancial dos pagamentos aos prestadores de cuidados de enfermagem, como elevar as idades dos beneficiários da previdência social. Todas as metas são de horizontes mais longos.

Haverá eleições locais na próxima primavera japonesa, como para a Camara Alta, que corresponde ao Senado em outros países. Também os impostos sobre a vendas devem ser elevados para 10%, o que vem prejudicando a recuperação da economia japonesa. Outras medidas tributárias devem exigir grandes esforços do governo, inclusive as que procuram estimular o trabalho feminino.

O governo promete lançar novas flechas do Abeconomics, mas muitos ainda se mostram céticos sobre seu sucesso, ainda que não se vejam medidas alternativas para estimular a economia japonesa.

São dificuldades que estão se observando em outras economias, como as europeias, fazendo com que o mundo esteja no novo normal, com taxas modestas de recuperação.


2 Comentários para “Governo Japonês Confiando no Abeconomics”

  1. Hugo Penteado
    1  escreveu às 12:10 em 19 de janeiro de 2015:

    A cada rodada, o crescimento exige esforço cada vez maior, mas o ponto que chegamos, talvez nenhum esforço seja suficiente. Faz-se mister criticar o crescimento per se antes de lamentar seu desaparecimento e ver quais são as alternativas. Provavelmente já atingimos o limite estrutural, social e planetário das metas de crescimento, mensurado apenas pelo PIB, métrica que máscara todos os problemas relacionados com crescimento. Qual a alternativa, se esse modelo não se sustenta mais?

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 17:20 em 19 de janeiro de 2015:

    Caro Hugo Penteado,

    Sempre os pessimistas pensavam que os problemas eram insuperáveis, mas com todas as limitações a Humanidade veio superando todos os obstáculos. É preciso acreditar que os seres humanos possuem o instinto de sobrevivência e perpetuação da raça, e as limitações hoje existentes que estão elevadas estão exigindo que os dirigentes sejam obrigados a alterar muitos dos seus comportamentos. Todos nós somos responsáveis pelas mudanças que certamente ocorrerão.

    Paulo Yokota


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