Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Novas Contribuições de Delfim Netto

28 de janeiro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , ,

clip_image002Delfim Netto mantém duas colunas semanais no Valor Econômico e na Folha de S.Paulo que fornecem parâmetros decorrentes de sua experiência para avaliação da política econômica atual.

Professor Delfim Netto extrai de sua longa experiência acadêmica e prática lições de importância para a avaliação da atual política econômica

Nas duas colunas jornalísticas que o professor Delfim Netto mantém semanalmente no Valor Econômico e na Folha de S.Paulo, que podem aparentar um tanto abstratas para muitos, ele expõe importantes instrumentos para uma melhor avaliação prática da atual política econômica. Suas reflexões decorrem de intensas leituras durante a sua longa carreira acadêmica, que continua ativa até hoje, associado às experiências acumuladas nas suas muitas funções que exerceu na vida pública.

Os que possuem a capacidade de uma análise mais profunda observam que ele consegue extrair do seu conhecimento um importante quadro de referência que nem sempre é percebido pelos avaliadores mais superficiais. Todos nós estamos sujeitos às paixões despertadas pelas preferêrcias ideológicas ou partidárias, que acabam criando preconceitos que nem sempre permitem avaliações mais objetivas e isentas.

Muitos economistas têm a pretensão de dominar os conhecimentos de uma ciência quase exata, quando ele alerta que ela está envolvida num emaranhado de influências humanas, mais estudadas pela antropologia, a sociologia e a psicologia, envolvendo hipóteses como a racionalidade que nem sempre existe na forma desejada. Também necessitam de conhecimentos adquiridos pela história e pela geografia, imaginando que tudo sempre tende ao equilibrio, que seria relevante, mas que não está assegurada.

Evidentemente, a procura de um razoável equilíbrio, como o fiscal, acaba sendo relevante para a formulação de uma política econômica, o que está sendo perseguido pelo novo governo e que foi explicitado na reunião ministerial ontem realizada. O custo deste ajuste não pode ser subestimado e exigirá um tempo para que o espírito animal dos empresários seja aguçado, notadamente ainda quando a confiança não foi estabelecida.

Também no seu artigo na Folha de S.Paulo, ressalta as contribuições de Marx como de Keynes para compreensão do desemprego voluntário, que para alguns neoclássicos não é um problema. Para Marx, ele levará ao fim do capitalismo, e para Keynes não haveria um determinismo, e o exercício adequado da política pode mantê-lo dentro dos limites socialmente toleráveis.

A discussão é relevante, pois no mundo existem muitos que acham que a simples redução da atividade econômica vai conduzir ao equilíbrio, quando sem o desenvolvimento não parece possível resolver a ampla gama de problemas que está sendo enfrentada em todo o mundo.

Ainda que tudo isto possa aparentar um assunto de estudiosos de economia, percebe-se que a população tem uma intuição mais clara de suas necessidades, sem que tenha conhecimento de nenhuma teoria.

Como Delfim Netto repete com frequência: os erros de política econômica acabam sendo corrigos pelos resultados eleitorais, como agora acontece na Grécia. Há, portanto, um limite para tudo.



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