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Uma Respeitável Coleção Brasiliana Itaú

8 de janeiro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: , , ,

clip_image002Ninguém pode perder esta oportunidade de conhecer importantes documentos representativos da história brasileira, que está sendo apresentado no Itaú Cultural, em São Paulo.

Parte da importante Coleção Brasiliana Itaú apresentada para o público

Ninguém que pretenda conhecer parte importante da história do Brasil poderá perder a exposição da Coleção Brasiliana Itaú, que está sendo apresentada no Itaú Cultural em São Paulo. Do rico acervo de mais 12 mil itens, foram selecionados os mais expressivos que todos podem conhecer gratuitamente na exposição que está aberta ao público de terças a sextas, das 9 até às 20h, e aos sábados, domingos e feriados, das 11 às 20h.

Dividido cronologicamente no primeiro módulo apresenta-se o Brasil que era desconhecido dos europeus, tendo como peça-chave o Mapa do Almirante de 1522, que delineia grosseiramente o novo país de Terra Nova ou Terra dos Papagaios, sem que nenhum artista tivesse visitado esta nova colônia de Portugal. O canibalismo dos indígenas era o destaque, que é apresentado na maior parte das gravuras, elaborados pela imaginação das histórias contadas. O que poderia ser complementado hoje é que os chineses já tinham visitado o Atlântico em 1421 e mesmo Cristovão Colombo e Pedro Álvares Cabral possivelmente tinham conhecimentos dos mapas elaborados por eles.

Mas no segundo módulo apresentam-se os formidáveis trabalhos que contam o Brasil Holandês, quando o príncipe Mauricio de Nassau comandou parte substancial do nordeste brasileiro, tendo o cuidado de trazer artistas como Frans Post para pintar paisagens da região, famosos até hoje. Também figuram a obra de Barlaeus, de 1647, bem como registros da flora e da fauna impressos em 1649, mostrando a qualidade das ricas gravuras da época. Se a Inquisição não tivesse prejudicado a presença dos judeus em Recife, que se transferiu para Nova Iorque posteriormente, o Brasil desta região poderia ser hoje uma área desenvolvida. Nassau tinha uma qualidade de conhecimento que não tinha nenhum paralelo com outros que vieram para o Brasil na época, e permaneceu mais de uma década no nordeste, deixando marcos importantes.

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                  Maurício de Nassau no Brasil Holandês

Depois da expulsão dos holandeses, os portugueses que tinham descoberto ouro e pedras preciosas, principalmente em Minas Gerais, evitaram a presença de estrangeiros no país por cerca de 150 anos. Neste período, destaca-se Aleijadinho, Antônio Francisco Lisboa, que deixou um rico patrimônio cultural até hoje orgulho do Brasil, que ficou destacado no módulo 3.

No módulo 4, com a vinda de Dom João VI ao Brasil, destacam-se os trabalhos de artistas como J.B. von Spix e C.F.P. von Martius, com os impressionantes registros naturalistas dos indígenas, fauna e flora em gravuras de excepcionais qualidades.

No módulo 5, que reúne os registros da Capital da época, Rio de Janeiro, gravuras e pinturas de J.M. Rugendas e J.B. Debret mostram o que havia de expressivo no Brasil da época, que constaram das publicações em Paris de 1835. Pouco conhecido é a visão panorâmica de E.E. Vidal sobre o Rio de Janeiro deste período.

Estudo sobre a Sagração de D.Pedro I de J.B.Debret.

No módulo 6, aparecem os registros sobre as províncias da época, como um encomendado por D. Pedro I sobre São Paulo, que ainda não era importante na época.

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Panorama de São Paulo, A.J.Pallière

Ainda aparecem no módulo 7, o Brasil Império; no módulo 8, os registros sobre a escravidão; bem como no módulo 9, o Brasil expresso pelos brasileiros em muitas publicações.

Nenhum brasileiro que se preze pode perder a oportunidade para conhecer estes aspectos fundamentais da história do seu país, numa rara oportunidade oferecida pelo Itaú Cultural.



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