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Embaixador Brasileiro na Discussão da Integração

24 de fevereiro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: , , , | 5 Comentários »

clip_image002O embaixador brasileiro no Japão, Andre Correa do Lago, escreveu um artigo no The Japan Times mostrando que os imigrantes japoneses se integraram no Brasil, e os brasileiros residentes no Japão estão no mesmo caminho.

Embaixador brasileiro no Japão, Andre Correa do Lago

Diante da nova manifestação de Ayako Sono, colunista do Sankei Shimbun, alegando que os imigrantes japoneses no Brasil se mantinham como colônias exclusivas de descendentes de originários do Japão, o que também acontecia com os brasileiros residentes no Japão, o embaixador brasileiro em Tóquio, Andre Correa do Lago, escreveu um artigo no The Japan Times informando que os mesmos estavam integrados nas sociedades locais, no que ele tem total razão.

Tomando-se o caso de minha família, onde somos quatro irmãos nisseis, um já era casado com uma não nikkei. Na geração dos meus filhos sanseis, entre todos os seus primos são dez, sendo que somente um mantém relacionamento com um descendente de imigrantes japoneses, mostrando um elevado nível de saudável miscigenação, que não é somente étnico como cultural.

Ainda assim, todos possuem traços da cultura japonesa, mesmo que se sintam totalmente brasileiros, com alguns preparos para serem cidadãos do mundo cada vez mais globalizado.

Na sua quase totalidade, possuem educação em nível superior, tendo efetuado os seus cursos nas mais prestigiosas instituições brasileiras. Os brasileiros residentes no Japão ainda não conseguiram o mesmo nível, mas estão se preparando para tanto, principalmente os seus filhos. Há que se admitir que a integração na sociedade japonesa seja mais difícil, mas muitos já contribuem para a economia do Japão com seus trabalhos.

Certamente, não possuem a tendência para se manter segregados, nas diversas cidades onde existem maiores concentrações dos cerca de 175 mil brasileiros. Acredito que a tendência, agora que estão mais acostumados com o idioma local, é que haja maior miscigenação ou com descendentes de outros imigrantes de outros países ou até com japoneses, ainda que este processo seja mais difícil que no Brasil.

Mesmo que existam minorias que procuram manter-se com casamentos dentro das mesmas etnias, estas tendências acabam não sendo as das correntes mais expressivas, o que proporciona até uma maior criatividade, como o que se observa no Japão, com maior admiração das manifestações culturais dos brasileiros.


5 Comentários para “Embaixador Brasileiro na Discussão da Integração”

  1. Lauro Almeida
    1  escreveu às 13:22 em 25 de fevereiro de 2015:

    O Dr. Andre Correa do Lago deveria ler os trabalhos da professora Priscila Nucci. Vale esta dica para o Dr. Paulo Yokota.

  2. Rodolfo Siqueira
    2  escreveu às 15:53 em 25 de fevereiro de 2015:

    O embaixador brasileiro no Japão poderia contar um pouco do racismo e discriminações que os imigrantes japoneses e seus descendentes sofreram no Brasil, décadas atrás. Que tal ler a obra “Corações Sujos”, de Fernando Morais?

    Rodolfo

  3. Paulo Yokota
    3  escreveu às 16:23 em 25 de fevereiro de 2015:

    Caro Rodolfo Siqueira,

    Lamentavelmente o livro de Fernando Moraes são somente de informações constantes de uns processos, sem que ninguém que tivesse conhecimento dos fatos fossem entrevistados, de ambas as partes. Existem outros que envolveram mas pesquisas.

    Paulo Yokota

  4. Jorge Cunha
    4  escreveu às 22:30 em 26 de fevereiro de 2015:

    O embaixador brasileiro no Japão, André Correa do Lago, deveria falar sobre as infrações penais cometidas pelos brasileiros no Japão (roubos, furtos etc.). Ademais, poderia escrever um artigo mostrando que muitos dos atritos entre japoneses e brasileiros, em solo nipônico, se devem ao fato da nossa falta de educação.

  5. Paulo Yokota
    5  escreveu às 19:40 em 28 de fevereiro de 2015:

    Caro Jorge Cunha,

    Na diplomacia de todo o mundo existe uma divisão de trabalho da Embaixada e do Consulado. Estes lamentáveis problemas são da alçada do Consulado.

    Paulo Yokota


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