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Dificuldades Políticas de Mianmar

5 de abril de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: , , ,

clip_image002 Apesar da melhoria econômica conseguida em Mianmar com o pragmatismo da Prêmio Nobel Aung San Suu Kyi, o atual governo de linha dura de Thein Sein não caminha na reforma constitucional para permitir a plena democracia, com a possibilidade de eleição da oposição nas próximas eleições, que pode comprometer o seu desenvolvimento futuro.

Foto da Prêmio Nobel Aung San Suu Kyi, líder da oposição em Mianmar, que ilustra artigo da Reuters publicado no The Japan Times

Ainda que a Prêmio Nobel Aung San Suu Kyi, presa por muito tempo pelo regime militar daquele país, tenha adotado uma posição pragmática que permitiu a sua liberdade, e a sua convivência com o líder linha dura Thein Sein, o país não caminha em direção à reforma constitucional para permitir eleições livres. Do ponto de vista econômico, o país vem tendo uma razoável performance, mas os militares que têm uma posição assegurada no poder não se dispõem a abrir mão de dele, a ponto de numa eleição a oposição ter condições de assumir o poder.

A denúncia foi apresentada pela conhecida Aung San Suu Kyi para Simon Webb, da Reuters, e publicada no The Japan Times. Parecem indícios que os problemas políticos são mais difíceis de serem superados mesmo quando se consegue um relativo abrandamento de um regime militar extremamente violento, o que permite ao país um reconhecimento externo, com razoável desenvolvimento econômico, que contou com a decisiva colaboração da oposição.

Na situação atual, os militares têm assegurado uma participação no Parlamento impedindo reformas constitucionais para o restabelecimento do país, que continua dividido entre eles e o resto da população. Quando antes eles pareciam sinceros na promoção de reformas, agora aparentam não se dispor a abrir mão de seus privilégios. Existem outros problemas étnicos como religiosos no país.

Segundo esta líder da oposição, os Estados Unidos e o Ocidente são muito otimistas sobre as mudanças políticas, quando os que estão no país sentem a estagnação do processo de aperfeiçoamento. Lamentavelmente, isto vem se observando em muitos países do Sudeste Asiático com longas tradições de regimes autoritários, adotando conceitos que não são os das democracias ocidentais. E enfrentam problemas de diferenças étnicas e religiosas.

Com todas as dificuldades brasileiras, verifica-se que a transição do regime autoritário para o democrático foi mais completo, e não pode ser prejudicada por reivindicações sectárias. E não enfrenta nem problemas étnicos como religiosos. Parece que os brasileiros nem sempre observam as dificuldades que são enfrentadas em outros países emergentes.



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