Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Brasil e a Aquisição da BG pela Shell

10 de abril de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002A operação de aquisição da BG pela Shell está sendo considerada uma das mais importantes no setor de petróleo e gás do mundo recente e o Brasil está no seu foco.

O Brasil é um dos palcos principais da aquisião da BG pela Shell

Um artigo elaborado por Guy Chazan, publicado no Financial Times, explicita que a esperada aquisição da BG pela Shell, numa operação de 47 bilhões de libras esterlinas, excluindo as dívidas, que já vinha sendo cogitada há 20 anos, tornou-se possível por variadas razões, mas a principal seria a redução mundial do preço do petróleo.

A queda dos preços do petróleo e gás no mundo viabilizou a operação, fazendo com que a Shell se tornasse a primeira empresa estrangeira de petróleo no Brasil, onde a BG conta com operações conjuntas com a Petrobras na exploração de diversas reservas, inclusive do pré-sal. O artigo do Financial Times expressa que o Brasil é uma das mais valorizadas províncias de petróleo do mundo, e a operação vai consolidar a Shell como líder mundial de gás natural liquefeito, um combustível limpo.

As negociações ganharam uma aceleração desde 15 de março último e nem todos os detalhes ainda estão acertados, pois a operação é uma das maiores na história do petróleo e gás no mundo. A operação apresenta um prêmio de 50% nas ações da BG, não se restringindo somente ao Brasil, mas envolvendo operações na Austrália, China, Bruxelas e Tanzânia.

As reservas da Shell devem aumentar em cerca de 25% e sua produção em aproximadamente 20%, sendo que a produção de petróleo no Brasil chegaria a 550 mil barris até o final da década, uma cifra nada desprezível. Para uma consultoria de energia, em 2025, o Brasil seria onde estaria localizada suas maiores reservas da fusão Shell-BG. Seria a maior estrangeira, atrás da Petrobras.

A Shell se tornará também uma importante produtora e comercializadora de GNL, devendo chegar em 2018 com 45 milhões de toneladas ao ano, transformando-a na maior vendedora de combustível no mundo. A curto prazo, ou seja, 2016 a 2018, pode ser que a rentabilidade do grupo possa sofrer uma queda, mas suas vendas deverão chegar a cerca de US$ 61 bilhões após a conclusão da fusão.

Existem algumas preocupações com questões de concorrência em alguns países, mas seus administradores consideram que sejam problemas transponíveis. Para o Brasil, quando a Petrobras enfrenta dificuldades com as condições para a ampliação das explorações do pré-sal, a atuação da Shell poderá ser importante, ajudando a produção brasileira.



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