Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Setor Privado no Desenvolvimento Indiano

20 de abril de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image001Na Índia, empresas privadas que conseguiram prestígio na petroquímica ampliam presenças no varejo, visando a ampliação da demanda da nova classe média.

Numa foto que ilustra artigo publicado no Nikkei Asian Review, o grupo Reliance amplia atividades no varejo

No desenvolvimento que a Índia está procurando realizar, existem algumas diferenças marcantes com o que acontece no Brasil. Grupos privados que se consolidaram a partir de 1958, como a Reliance, que a partir do pequeno comércio chegaram à indústria têxtil e de produtos petroquímicos, voltam-se novamente para a ampliação do setor de varejo. Visam aproveitar as oportunidades que se apresentam com a ampliação da nova classe média que ampliaram o seu consumo interno. No Brasil, este segmento ainda encontra-se nas mãos de grupos estrangeiros.

Este grupo indiano não atua somente na Índia, como espera chegar aos Estados Unidos a 4.400 lojas em 2020. Atua utilizando o seu sistema de informática e entrega em domicílio com frete grátis a partir de um valor mínimo, abrangendo mais de 6 mil produtos. Como na Índia existe uma grande quantidade de lojas de bairro, chamados “kirana”, que representa 90% do varejo, significa um desafio para grandes redes de varejo.

Nota-se que este grupo tem um conhecimento do que acontece em muitos países emergentes, onde o Brasil é também um exemplo. Assim, procura ampliar o varejo com suas lojas de vendas de tijolos e argamassas, um segmento sem muito charme, mas atendem as necessidades de uma população que continua ampliando suas residências com “puxados”, como acontece nas periferias das grandes metrópoles.

Os grupos brasileiros que estão ampliando no varejo procuram usar suas habilidades empresariais, utilizando vantagens da escala, mas sem tradição nos setores de base como a petroquímica. O que parece evidente é que no varejo há que estar compreendendo melhor o comportamento das famílias dos consumidores que apresentam diferenças de país a país.

Há que se compreender também que na Índia existem diferenças regionais acentuadas, com etnias e religiões diferentes, que determinam culturas de consumo diferenciadas, mas os consumos de massa acabam sendo comuns.

Observar estas experiências parece também interessante, pois economias em constantes mudanças exigem diversificações de atividades para fazer com que as flutuações naturais das economias minimizem as variações médias.



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