Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Ciclotimia dos Brasileiros e o Papel da Mídia

3 de maio de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Tudo indica que nós brasileiros somos muito emotivos e intercalamos períodos de grandes euforias com excessos de pessimismos, sem a plena consciência que sempre existem calmarias depois das tempestades, notadamente porque habitamos uma região tropical.

Uma charge que mostra mudanças rápidas da euforia à depressão que consta da internet

Todos nós temos que nos policiar constantemente, pois os valores que consideramos importantes nem sempre são os que os outros consideram relevantes. Muitos analistas, que pensam na importância das tendências de longo prazo, nem sempre compreendem que uma parcela substancial da população brasileira como de outros países acabam dando prioridade para a satisfação de suas aspirações mais imediatas, imaginando que Deus proverá o necessário para o futuro.

Na realidade, parece que ambos os sentimentos precisam ser colocados numa balança razoável, ainda que nem se saiba o que significa isto, respeitando opiniões que não sejam comuns. As desagradáveis limitações econômicas mostram que só se pode consumir o que foi produzido para que haja um processo de desenvolvimento sustentável.

Ainda que os graves problemas de toda a natureza enfrentados pelo Brasil recentemente possam levar muitos a terem uma impressão que nos encontramos num caos, tudo indica que uma avaliação mais equilibrada pode indicar que este pessimismo seja exagerado. O cotidiano da população está se ajustando ao nível do esperado, com sacrifícios, ainda que a grande maioria esperasse que os períodos de euforia pudessem ter continuidade, sendo que a sua interrupção momentânea seja de responsabilidade dos “outros”, notadamente das autoridades que estão no comando do poder, onde se mistura também problemas das diferenças de ideologia política.

Uma parte desta exagerada ciclotimia da população brasileira pode estar sendo provocada por uma mídia, que passa também por uma crise de ajustamento, como se observa nos muitos jornais e outros meios de comunicação social. Eles estão reduzindo seus custos ao nível das receitas que conseguem. Os mais experientes estão sendo substituídos por jovens recém-formados, que possuem uma avaliação da situação ainda superficial em decorrência dos exageros dos usos dos meios rápidos de informações, com prejuízo na qualidade que exigem análises mais profundas. Nem sempre um equilíbrio adequado se consegue, ainda que todos tentem obtê-lo.

Todo o quadro acaba sendo influenciado por uma situação monopolística que não se consegue controlar, ainda que condenada pela maioria, mesmo porque as agências para tanto acabam sendo influenciadas pelos interesses das organizações mais poderosas. Muitos meios de comunicação social também não parecem diferenciar os interesses nacionais de prazo mais longo, procurando somente audiências imediatas ainda que elas pouco contribuam para o desenvolvimento cultural de toda a população.

Também parece haver um desequilíbrio mundial com poucas organizações financeiras tendo uma influência exagerada no comando das demais atividades econômicas. Parece haver um excesso na consideração dos avanços tecnológicos, que estão sendo confundidos com os aperfeiçoamentos das comunicações mais rápidas, ainda que não se possam negar os seus benefícios. É preciso considerar que só na medida em que eles contribuem para o aumento da produção física que vão atender as demandas básicas das populações é que estariam ajudando neste complexo processo, ainda que as demandas estejam se sofisticando.

No fundo, o que parece desejável é que análises e reflexões mais profundas também sejam efetuadas, de forma que o desenvolvimento do conjunto possa ocorrer com maior eficiência, reduzindo os desperdícios dos esforços de todos que estão ocorrendo, pelas mais variadas razões, inclusive as descontroladas ambições de muitos seres humanos.



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