Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Divulgado o Invejável Made in China 2025

20 de maio de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , | 3 Comentários »

clip_image001Os chineses continuam utilizando a sua capacidade de planejamento governamental de longo prazo, divulgando o seu plano Made in China 2025, como uma primeira etapa de dez anos, para chegar em 2049 como a líder mundial em poder tecnológico.

Foto ilustrativa do salto em tecnologia da informática para o setor industrial na China publicada no artigo do Nikkei Asian Review

Ainda que a China utilize basicamente as indicações do mercado, sua economia continua sendo planejada pelo governo para o longo prazo, e os chineses acabam de divulgar o seu plano Made in China 2025 como a primeira etapa de 10 anos, para chegar em 2049 como a líder mundial em poder tecnológico. Está focada no desenvolvimento da tecnologia, deixando a estratégia do uso de recursos humanos baratos do passado. Um artigo sobre o assunto foi publicado por Masahiro Okoshi no Nikkei Asian Review.

Apesar da apreciável dimensão da economia chinesa, a segunda no mundo, eles admitem que no avanço tecnológico do setor manufatureiro continuam inferiores aos países como os Estados Unidos, a Alemanha e Japão. Esperam superá-los até 2049, quando completam 100 anos da China moderna. Selecionaram setores estratégicos onde esperam avançar em eficiência considerando o setor industrial como um conjunto.

Durante o Congresso Nacional do Povo, em março último, o premiê Li Keqiang, que atualmente visita a América do Sul, afirmou que deseja passar da indústria de quantidade para de qualidade. O custo da mão de obra dobrou nos últimos cinco anos na China, quando antes mantinham o seu domínio mundial com as produções intensivas em recursos humanos.

Agora desejam evoluir para uma indústria eficiente que possa produzir bens de alto valor agregado e que sejam iguais com as das economias desenvolvidas. Além das tecnologias, desejam criar marcas chinesas. O plano chinês convoca as grandes empresas para elevarem os gastos de suas pesquisas de 1% das vendas para 1,7% das mesmas em 2025.

Dez setores industriais foram considerados prioritários. Vão procurar melhorar tecnologias que utilizem chips de produção chinesa e usar a engenharia marítima, como as tecnologias para explorações no mar profundo, para assegurar-lhes recursos minerais indispensáveis. A lista inclui equipamentos e robôs, cruciais para melhorar a eficiência manufatureira, como os sistemas ferroviários e equipamentos para energia, que estão entre as exportações estratégicas da China.

Na China, considerada a fábrica do mundo, as empresas locais estão sendo superadas no mercado doméstico. Ainda que o país conte com um quarto das vendas mundiais de carros novos, as marcas locais em conjunto contam com menos 40% do mercado. As empresas chinesas estão atrasadas nos usos de técnicas avançadas, como as destinadas à poupança de energia e sensores, estas que passam a ser consideradas prioritárias.

No setor de saúde, com o envelhecimento de sua população, elegeram-se as áreas relacionadas com a medicina regenerativa, incluindo a biotecnologia e a produção de dispositivos médicos.

Os chineses pretendem utilizar as instituições financeiras governamentais para apoiar com recursos as empresas dos setores prioritários, ao mesmo tempo em que incentivos fiscais também serão concedidos. Pretendem facilitar o setor industrial para empresas estrangeiras para forçarem a concorrência. Mas, subsistem as preocupações do exterior que as empresas chinesas terão maiores proteções. Ainda se aguardam detalhes sobre as vantagens proporcionadas para as empresas estrangeiras.

O plano vem revelando uma forte disposição das autoridades chinesas para atingirem estágios avançados no seu setor industrial, o que não pode ser desprezado.


3 Comentários para “Divulgado o Invejável Made in China 2025”

  1. Nádia Lima
    1  escreveu às 17:26 em 20 de maio de 2015:

    Será que um dia o Brasil poderá tornar-se uma China?

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 18:38 em 20 de maio de 2015:

    Cara Nádia Lima,

    A China tem uma visão de longo prazo, mas também temos qualidades no Brasil. Temos recursos naturais abundantes, um povo com miscigenação de diversas etnias, uma alegria de viver. Precisamos superar as dificuldades que todos têm, como também os chineses. Precisamos e vamos chegar lá.

    Paulo Yokota

  3. Paulo Yokota
    3  escreveu às 18:51 em 20 de maio de 2015:

    Cara Nádia Lima,

    Obrigado pelo seu comentário. Respondi, mas acho que cometi uma falha. Acho que os chineses também têm suas dificuldades, como nós temos muitas. Acredito que podemos aprender uns com os outros, pois também temos coisas positivas como uma riqueza de recursos naturais, um povo bastante miscigenado e uma alegria de viver como poucos no mundo.

    Paulo Yokota


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