Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Exageros da Tradição Britânica

27 de maio de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image002Ainda que existam os que apreciam as tradições britânicas, no atual mundo globalizado, onde as informações são transmitidas instantaneamente, o exagero na disparidade com o que ocorre com muitas populações pobres acaba dando a impressão de uma afronta.

A família imperial inglesa na abertura dos trabalhos do Parlamento

Ainda que o desejo dos ingleses em manter suas tradições, para muitos acaba havendo a necessidade de tratar o assunto com a ironia típica dos britânicos para encarar acontecimentos que beiram ao ridículo. Muitas casas imperiais ainda existentes no mundo encontraram formas modernizadas para suavizar o que aparenta coisa de outro mundo.

Estas imagens transmitidas imediatamente para o mundo podem soar como ofensivas nos contrastes com as misérias que os ingleses ajudaram a criar nos seus áureos tempos de metrópole, tanto no Oriente Médio, África como na Ásia. No Brasil, o seu efeito foi indireto, pois ainda que tenha sido colônia dos portugueses, sem o interesse comercial dos ingleses, não teria ocorrido a ocupação do território que constitui este país.

As produções tropicais do litoral brasileiro não chegavam a ter uma expressão do que poderia ser obtido na Índia e na Ásia nos períodos coloniais. Foram as ricas descobertas de minérios em Minas Gerais e no interior brasileiro que geraram os recursos que financiaram a revolução industrial inglesa, deixando para o Brasil somente alguns monumentos como igrejas e obras como as do Aleijadinho. Não tivemos condições de criar um país como os Estados Unidos, fruto básico dos colonizadores que emigraram com suas famílias do Reino Unido.

Nas favelas, palafitas e outras regiões precárias do Brasil, uma foto como esta da família imperial inglesa pode parecer uma criativa imagem propícia para um desfile de Carnaval, usando um patrimônio que ajudamos a construir, que continua sustentando estas custosas tradições.

Quando vemos hoje a ironia com que os britânicos tratam os esforços de melhoria da China e da Índia, que chegaram a ser parcialmente suas colônias com guerras como do ópio, constatamos o disparate que a atual crise está aprofundando entre as populações pobres do mundo com os privilegiados atuais.

Os bancos e as instituições financeiras continuam a usar o seu poder e suas artimanhas, que reconhecem como criminosas, pagando multas bilionárias em dólares como vem acontecendo com as manipulações das taxas de câmbio e de juros. Estes privilégios e tradições continuam sendo pagos pelo mundo e temos o direito de expressar a nossa inconformidade.

Uma informada autoridade militar brasileira comentava que as barbaridades como as que continuam ocorrer com as corrupções no Brasil, decorrem em parte das tradições das piratarias do passado, sustentadas por famílias imperiais como as britânicas. Lamentavelmente, parece que ajudamos a aperfeiçoar algumas.



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