Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Uma Visão de Lawrence Summer que é Parcial

8 de maio de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , , ,

clip_image001Lawrence Summers, um experiente economista no comando de Harvard que foi também secretário do Tesouro dos Estados Unidos, vem expressando suas opiniões preocupantes e concedeu uma entrevista a Sergio Lamucci, publicado no suplemento Eu & Fim de Semana, do jornal Valor Econômico.

Lawrence Summers

Mesmo admitindo a importância do professor Lawrence Summers e sua visão do mundo a partir dos Estados Unidos, há que se admitir que esta parte do mundo globalizado esteja perdendo sua importância relativa, havendo também outros aspectos que devam ser considerados. A Europa e o Japão também enfrentam dificuldades de funcionar como locomotivas do mundo e a redução do ritmo de crescimento da China, que pode ser mais acentuada do que a atual, certamente não fornece um cenário dos mais otimistas como foi observado nas últimas décadas.

Passa-se para um ajustamento para as novas condições, mas deve-se admitir que os custos da energia e das principais matérias-primas também estão em queda, oferecendo desafios e oportunidades que parecem estar sendo considerados pelos novos emergentes, notadamente no Sudeste Asiático.

Quando alguns analistas interpretam que o século XXI todo não vai apresentar mais ciclos como os que ocorreram no passado recente, parece haver um exagero do que poderia ser denominado como um determinismo histórico e geográfico que já ocorreu no passado. Os desenvolvimentos tecnológicos continuam acelerados, as preocupações com a sustentabilidade bem como a admissão da importância de aspectos políticos no mundo continuam vigentes e a disseminação das informações está acelerada.

Quem poderia imaginar que a Índia, a Indonésia e muitos outros países emergentes do Sudeste Asiático também pudessem aspirar ao que veio acontecendo na China? É preciso reconhecer que a Ásia conta com 60% da população mundial que tem todas as condições de passar para o nível de classe média.

Também a América Latina como a África também aspiram melhorias, inclusive na sua ascensão para os benefícios de um padrão mais elevado de vida, não se podendo condená-los aos padrões lamentáveis do passado. É claro que tudo poderia estar mais fácil com a melhoria em todo o mundo desenvolvido, mas parece que há um preconceito como se os que estão chegando agora não estejam também qualificados.

A procura pela educação e os aperfeiçoamentos dos recursos humanos estão acentuados, as viagens internacionais se intensificaram e as informações estão fluindo por todo o mundo. Muitas das atividades que utilizaram recursos humanos baratos agora estão procurando os mercados onde os consumos locais continuam melhorando. Nada vai ser fácil, como sempre foi difícil no passado, mas parece que há que se acreditar nas disponibilidades dos recursos naturais e nas melhorias nas eficiências do trabalho no mundo emergente, que vem ocorrendo até com a ajuda dos equipamentos provenientes do mundo desenvolvido.

Os desafios são grandes, mas sempre foram estímulos para mudanças que poderão continuar a ocorrer, não havendo nenhum determinismo histórico ou geográfico que não permitam novos afloramentos de regiões dinâmicas. Não fora isto, nem os Estados Unidos, filhos de uma Europa já saturada, não teriam ganhado a importância que conseguiram nos últimos dois séculos.



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