Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Visita da Dilma Rousseff aos EUA

26 de junho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , | 2 Comentários »

clip_image002Ainda que existam muitas divergências entre o Brasil e os Estados Unidos, dois países importantes das Américas não podem ficar sem reuniões dos seus dirigentes máximos, mas a imprensa brasileira não vem destacando este assunto.

Dilma Rousseff e Barack Obama

Nos principais jornais impressos do Brasil, como a Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, Valor Econômico e O Globo, não foram encontrados artigos sobre o assunto. Somente nos jornais norte-americanos e no site de O Globo encontram-se as informações fornecidas por Bem Rhodes, diretor de Comunicação Estratégia do Conselho de Segurança, numa matéria elaborada pela correspondente Flávia Barbosa. Isto parece dar uma noção da distorção que vem ocorrendo na imprensa brasileira, com total desprezo pelos leitores sobre assuntos relevantes para o Brasil.

Os responsáveis pelas informações dos Estados Unidos esperam que a visita provoque uma “virada de página”, superando as escutas que foram feitas no passado, entrando numa agenda positiva. Mudanças de clima, defesa, comércio e investimentos devem ser tratados. A visita dá uma oportunidade para estender um “red carpet” para a presidenta brasileira, que será hospedada no Blair House, havendo um almoço no Departamento de Estado para 200 convidados.

A viagem começará por Nova Iorque, onde a presidenta Dilma Rousseff terá possibilidade de falar com os empresários, tanto brasileiros como norte-americanos, que podem aumentar seus investimentos no Brasil. Agradando ou não a todos, o Brasil vem desempenhando um papel de diálogo com países que não têm bom relacionamento com os Estados Unidos, tendo desempenhado um papel importante para retirar Cuba do isolamento. Também em outros países, como a Venezuela e o Haiti, o Brasil vem mantendo contatos relevantes.

Queiram ou não, a defesa, notadamente no Atlântico Sul, é um tema caro a ambos os países, oceano onde o Brasil vem fazendo grandes investimentos como no pré-sal. Tecnologias, como os geradas no Vale do Silício e estudos pós-graduados nos Estados Unidos, são importantes para os brasileiros.

O volume de comércio bilateral não vem tendo um dinamismo desejado e existem muitas empresas norte-americanas com importantes investimentos no Brasil, e as exportações brasileiras para aquele país começam a ser reativadas, o que é bastante relevante para a expansão da economia brasileira.

Existem muitas potencialidades que precisam ser exploradas, mesmo que não haja uma unidade ideológica clara entre os dois países, em muitos dos seus segmentos. Espera-se que a visita marque uma mudança substancial das tendências que vinham prevalecendo no passado recente.


2 Comentários para “A Visita da Dilma Rousseff aos EUA”

  1. Diego
    1  escreveu às 14:28 em 30 de junho de 2015:

    Imprensa americana critica corrupção do governo Dilma e diz que Brasil vive um retrocesso. Quem vai investir num país assim?
    A democracia brasileira vive uma crise e a presidente Dilma Rousseff enfrenta agora o desafio de permanecer no cargo, e tentar governar, pelos próximos três anos e meio, afirma o jornal “The Washington Post”.Em duro editorial, feito em razão da visita de Dilma aos Estados Unidos, iniciada neste sábado (27), a publicação afirma que o cenário não é fácil para a presidente. “Ela viu boa parte de seu poder efetivamente esvaziado pelos líderes do Congresso, que diluíram algumas de suas medidas de austeridade”, afirma o jornal, em referência ao ajuste fiscal do governo.

    Intitulado “Um retrocesso no Brasil”, o texto cita o escândalo de corrupção na Petrobras, com dezenas de executivos e mais de 50 membros do Congresso implicados em um esquema de pagamento de propinas que soma US$ 2 bilhões (R$ 6 bilhões). “A corrupção na Petrobras foi em grande parte produto das políticas equivocadas de Rousseff, como a tentativa de restringir a companhias brasileiras os fornecedores da estatal”, diz.

    As críticas à política econômica de Dilma continuam. O jornal afirma que, embora Dilma tenha vencido Aécio Neves, do PSDB, nas últimas eleições presidenciais, alegando que seu oponente “se renderia aos desmandos de banqueiros e do FMI (Fundo Monetário Internacional), ela está impondo as mesmas medidas tipicamente priorizadas pelo Fundo, incluindo cortes nos subsídios para energia.
    O “Post” defende que o Brasil precisa de mais do que reformas liberalizantes. O jornal diz que é preciso incentivar o investimento privado no país e também a maior entrada de recursos estrangeiros na economia brasileira. “Sem isso, o futuro do Brasil continuará em suspenso.”

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 15:31 em 30 de junho de 2015:

    Caro Diego,

    Acredito que a imprensa norte-americana tem suas razões, mas também não podemos imaginar que sejam somente de anjos. Eles também tem suas limitações, mas a democracia permite a livre manifestação de todos, ainda que eu não concorde com muitas posições dos Estados Unidos, onde também não existe uma unanimidade.

    Paulo Yokota


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