Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Blue Note na Ásia

29 de junho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image002Todos sabem o papel que o Blue Note faz na divulgação do jazz, mas também da boa música brasileira no exterior. Começando em Nova Iorque, já tem um papel importante na Ásia e pretende ampliar suas atividades no Pacífico.

 

Blue Note em Greenwich Village em Nova Iorque

Ainda que seja especializado em jazz, como o mundo entende que a Bossa Nova brasileira é algo que incorpora ao samba uma influência forte do jazz, o Blue Note tem sido um dos pontos onde a boa música popular brasileira tem um expressivo espaço. A partir de Nova Iorque, acabou se estendendo para Tóquio, que conta com uma unidade importante para a divulgação da música brasileira, seus compositores e dos artistas que o apresentam para o público sofisticado que são os seus consumidores no exterior.

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Blue Note em Tóquio, onde o melhor da MPB vem sendo apresentado

Todos os melhores artistas brasileiros, tanto compositores como artistas que apresentam o melhor da música popular brasileira no Japão, vêm utilizando o Blue Note de Tóquio. Agora, seus dirigentes apresentam os projetos de suas instalações no futuro próximo em Beijing, na China, como em outras localidades do Pacífico, como em Taiwan e Waikiki, em Honolulu, USA. Também estão cogitadas expansões em Londres e Paris, segundo Stevens Bensusan, presidente da Blue Note Entertaiment Group.

Como Blue Note é uma marca muito conhecida no mundo, estes projetos indicam que o estupendo mercado chinês conta também com bons apreciadores da boa música popular e abre novas possibilidades, inclusive para o do Brasil.

Ainda que esteja havendo uma deterioração na qualidade da atual música popular brasileira, a meu ver, com a perda da influência do melhor jazz, o fato concreto é que o público mais exigente de todo o mundo continua valorizando a Bossa Nova e suas novas leituras. Os melhores compositores brasileiros, bem como os demais artistas, contam com um público qualificado também na Ásia, onde os cachês são mais elevados em relação ao Brasil e de pagamento certo, o que nem sempre acontece no nosso país com os direitos autorais.

Já houve períodos onde se destacaram figuras como Tom Jobim, que uniu a música popular com influência das clássicas, ao mesmo tempo em que aproveitava os improvisos como os executados pelo jazz. A criatividade brasileira continua tendo a sua evolução, talvez com menor destaque internacional, mas sempre há a esperança que o público mais exigente do mundo, acabe contribuindo para os avanços no Brasil.

Na realidade, as exigências dos consumidores é que acabam condicionando os responsáveis pela produção de alta qualidade. São seletivos e só aceitam o que apresentam padrões internacionais, que acabam sendo o maior teste. O Brasil não perdeu a sua criatividade decorrente da forte miscigenação cultural, aproveitando o que há de melhor no mundo, e a esperança é de que novas fases virão pela frente, ajudadas por iniciativas como do Blue Note, em destaque pela nota da agência noticiosa AFP – JIJI e divulgadas pelo The Japan Times.



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