Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Difícil Adaptação de Uma Política Para Casos Concretos

17 de junho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002O Japão passa por uma brutal redução de sua população e a política governamental é no sentido de estimular que as mulheres aumentem a taxa de natalidade da população, mas que acaba enfrentando dificuldades.

Tomoko Jinno, que está processando a JAL

Tomoko Jinno, 40 anos, é uma comissária de bordo da JAL e resolveu engravidar, solicitando à empresa que a transferisse para um trabalho em solo. Mas ela foi submetida ao que estão chamando de “assédio maternidade”, pois a companhia a forçou para uma licença temporária sem pagamento por um período de oito meses.

Ela ficou sem recursos para o parto e sustento da criança e está processando a JAL, pedindo uma compensação de Yen 3,4 milhões (cerca de US$ 30 mil) em juízo com base na violação da Lei de Oportunidades Iguais de Emprego, inclusive por angústia mental. Pessoalmente, acho que o valor é muito baixo, deveria ser no mínimo de dez vezes mais.

Este tipo de questão vem aumentando na Justiça japonesa, havendo mais de 2 mil casos nos últimos seis meses, por questões variadas relacionadas com as mulheres que trabalham depois de terem filhos.

Tomoko Jinno procurou um jornal para conseguir repercussão sobre o seu caso. A tradição japonesa era admitir que as mulheres tivessem somente tarefas domésticas depois do parto, o que está mudando naquele país, mas ainda com resistências.

O que parece incoerente é que o governo pretenda aumentar a natalidade da população, o trabalho das mulheres e não lhes proporcionam condições para tanto. O número de creches no Japão é mínimo, e as mães não contam com condições para conciliar seu emprego com suas tarefas maternais.

A repercussão que o caso está ganhando no Japão mostra que mais uma importante etapa poderá ser conquistada pelas mulheres japonesas, havendo muitas políticas que certamente ajudarão no mesmo sentido. Como a JAL é uma empresa aérea que depende de sua imagem junto ao público, é de se acreditar que seus dirigentes tenham o bom senso de transformar este limão numa limonada.

É verdade que casos semelhantes ocorrem em todo o mundo, e mesmo no Brasil que ainda não está com a população decrescente, conta com maior número de mulheres exercendo trabalhos relevantes nas mais variadas atividades. Elas precisam contar com a proteção da lei e da boa vontade das empresas.



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