Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Algumas Lições do Pan Toronto 2015 que Ainda não Terminou

21 de julho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: , , , ,

clip_image002Muitas são as críticas na imprensa brasileira alertando que os resultados que estão sendo obtidos em Toronto não devem ser um parâmetro para as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro, pois nem todos os países participantes enviaram seus melhores atletas para a competição, que é regional e não mundial.

Torneio de Toronto 2015 ainda em andamento

Ainda que os resultados sejam parciais, tudo indica que o Brasil está se consolidando como a terceira força do Pan Toronto 2015, atrás dos Estados Unidos e do Canadá. As medalhas conquistadas mostram alguns avanços, como outros retrocessos dos esportes no país, mostrando que existem esforços a serem reorientados, não somente visando as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro, como o futuro dos esportes generalizados, a partir das escolas fundamentais.

Os resultados que estão sendo obtidos em algumas modalidades, como na natação, mostram a importância dos treinamentos efetuados nos países competitivos, com técnicos e concorrentes servindo de parâmetro para a avaliação as conquistas alcançadas. Algumas estão sendo obtidas em modalidades que não eram muito conhecidas ou tradicionais no Brasil, com a utilização de técnicos vindos do exterior, como ocorreu no início da ginástica, mostrando a existência de materiais humanos que precisam ser orientados e treinados.

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Thiago Pereira, o maior medalhista de todos os Pans, e Henrique Rodrigues, que trouxe o ouro no nado medley 200 metros

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Os atletas brasileiros de ginástica que alcançaram bons resultados, com destaque do Arthur Zaretti, o primeiro à direita

Também existem alguns resultados nas modalidades tradicionais no Brasil que não confirmam a importância que já tiveram no passado, mostrando que o intercâmbio com outros países competitivos é muito importante. Enquanto o mundo continua se aperfeiçoando, aprendendo até com os brasileiros, parece ocorrer alguma acomodação em algumas modalidades, onde os resultados eram melhores no passado.

O vôlei feminino vem mostrando que, mesmo competindo simultaneamente em duas competições, o Pan 2016 de Toronto e a Copa do Mundo deste ano, com a renovação que está se observando, existem jogadoras suficientes para bons resultados. Também mostra que as orientações técnicas devem evitar as vaidades pessoais como no masculino. Mas, na modalidade de praia, a falta de uma escolha mais criteriosa da dupla que representaria o país acabou mostrando que novos e promissores valores ainda não estão com suas técnicas consolidadas, perdendo para rivais tradicionais com menos qualificações técnicas.

Ainda que existam dificuldades econômicas em todo o mundo, é preciso reconhecer que o esporte é um instrumento para tornar o país conhecido no exterior com uma visão mais ampla. Os aproveitamentos das competições pelos meios de comunicação mostram que os monopólios como os das televisões são indesejáveis, havendo necessidade da formação de um “pool” para a adequada informação dos brasileiros como de outros interessados.

Como as modalidades são muitas, a cobertura exige um aparato cujo custo necessita ser compartilhado, até para o brasileiro conhecer as que não são muito difundidas no país. Como estes eventos exigem pesados investimentos em instalações e todas as assistências necessárias aos competidores e ao público, há necessidade de uma competente coordenação do setor público com o privado, utilizando-se de forma inteligente os patrocínios que são necessários, com uma visão de longo prazo.



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