Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Galinha do Vizinho…

23 de agosto de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image002Ninguém pode negar que o Brasil enfrenta muitas dificuldades e que poderia estar numa situação melhor, mas nem todos observam que outros países contam também com seus problemas, até mais graves que os brasileiros. Os empresários se mostram preocupados com os exageros de pessimismo, e alguns líderes procuram expressar que isto acaba afetando também estrangeiros que estão interessados em investimentos no Brasil.

Ainda que muitos brasileiros entendam que a China veio registrando um desenvolvimento surpreendente, e outros países europeus tenham um padrão de vida mais elevado do que o Brasil, não conseguem compreender porque muitos imigram para o Brasil, e procuram ter logo filhos brasileiros, se não forem imigrantes legais. A legislação brasileira impede a expulsão de estrangeiros que possuem filhos brasileiros. O mesmo vem acontecendo com imigrantes de países árabes, como sírios e libaneses, cujos parentes estimulam a vinda para o Brasil.

O artigo de Fabricio Lobel publicado na Folha de S.Paulo informa que muitas imigrantes chinesas utilizam médicos particulares, mas as que utilizam os serviços do SUS são inúmeras, a ponto de exigir a providência de intérpretes para o mandarim, havendo algumas enfermeiras que até tentam algumas palavras naquele idioma para se comunicar com elas.

Também gregos e outros europeus como portugueses, espanhóis, italianos estão chegando em números expressivos como imigrantes, muitos legais, mas também outros ilegais. Entre os caribenhos, destacam-se os haitianos, mas também latino-americanos, como bolivianos e alguns andinos, e muitos africanos têm o Brasil como destino. Certamente, porque eles entendem que aqui podem contar com perspectivas mais promissoras para se realizar como cidadãos, o que nem sempre é reconhecido pelos brasileiros.

Aqueles que frequentam os chamados bairros orientais observam que as produções hortifrutigranjeiras estão melhorando com a vinda de novos imigrantes asiáticos. Também muitos restaurantes de cozinhas europeias e do Oriente Médio estão melhorando, pois as técnicas mais atualizadas destas regiões estão sendo usadas em muitos estabelecimentos como os de São Paulo. As pessoas mais simples costumam ser mais práticas na identificação das condições para a melhoria de suas atividades.

Até os banqueiros, como Roberto Setubal, do Itaú-Unibanco, reconhecem que existe certo exagero no pessimismo disseminado pela imprensa sobre a situação brasileira, que mesmo sendo difícil começa a proporcionar os primeiros frutos. Os ativos no Brasil ficaram com custos razoáveis quando considerados em dólares, o que começa a interessar investidores estrangeiros, que esperam um quadro mais estável para retomarem a ampliação de muitos empreendimentos, sendo que alguns já estão em curso.

É preciso admitir que o atual mundo globalizado passa pelo que estão denominando nova economia, com flutuações acentuadas, mas o Brasil apresenta perspectivas consideráveis, principalmente num prazo mais longo. Muitas das dificuldades estão sendo equacionadas, e até os problemas de corrupção estão sendo atacados, com um tratamento mais equânime de todos.



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