Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Angela Merkel no Brasil

15 de agosto de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image002 Entre os líderes mundiais, a chanceler alemã Angela Merkel é uma das menos conhecidas no Brasil, mas que desperta atenções pela sua atuação na Europa e no mundo, adotando um estilo muito diferente de Dilma Rousseff. Um artigo publicado no suplemento Eu & Fim de Semana do Valor Econômico, elaborado por Gabriel Marchi com base no trabalho do biógrafo dela, Stefan Kornelius, é muito ilustrativo.

Possivelmente, das líderes mundiais importantes, Angela Merkel é das menos conhecidas no Brasil, apesar das informações que mostram que ela comanda a poderosa Alemanha há dez anos, sendo destaque na Europa e no mundo. Nascida na Alemanha Oriental, formada em Física, tem um estilo eficiente de resolver os problemas pelas suas minúcias, sem prometer nada de suntuoso.

Ela tem a fama de falar diretamente, até expressando suas críticas de forma franca, o que poderá ser repetido no Brasil, que conta com uma presidente que vem fazendo declarações que nem sempre podem ser cumpridas. Ela vem comandando uma comitiva de 13 ministros alemães, muitos empresários, pois a Alemanha conta com 1.400 empresas no Brasil, que responde por cerca de 10% do PIB brasileiro, que em nada devem estar satisfeitos com os acontecimentos recentes no país. Mas deve ser uma forte apoiadora de Joaquim Levy e de um forte ajustamento fiscal, ainda que isto imponha muitos sacrifícios para a população.

A Alemanha sempre foi uma grande parceira do Brasil, tanto pela presença de seus imigrantes desde o século XIX como pela presença de suas grandes empresas, inclusive industriais, na economia brasileira de pós-Segunda Guerra Mundial. Também foi uma financiadora importante por intermédio dos seus bancos, como importadora de alguns produtos brasileiros, como o suco de laranja que utiliza a tecnologia brasileira até as engarrafadoras na Alemanha.

Hoje, as grandes empresas alemãs, como a Mercedez Bens ou a Siemens, enfrentam problemas no Brasil, que já teve períodos mais brilhantes, e encontra-se numa recessão por não ter aproveitado os períodos de expansão da economia globalizada. Como a política econômica foi frouxa por longos períodos, consumindo principalmente na administração pública mais do que o necessário, deverá ser criticada por Angela Merkel, que não se preocupa em ser franca e impopular.

Angela Merkel vem mostrando que estas ineficiências são imperdoáveis, e que a Alemanha soergueu-se no pós-guerra aproveitando toda a sua capacidade, notadamente do empenho austero de seus recursos humanos.

Uma assistência importante da Alemanha para o Brasil foi o fornecimento de todos os conhecimentos para aperfeiçoamento da administração pública, o que ocorreu na consolidação da Escola Fazendária do Ministério da Fazenda, que não teve a devida compreensão de um descendente de alemães, o presidente Ernesto Geisel. Ele sempre acreditou que seu arcaico conceito de uma Alemanha ultrapassada e militarista deveria prevalecer no Brasil.

No momento em que a Europa como o Brasil passam pela dura necessidade de um trabalho persistente e racional, a visita de Angela Merkel poderá contribuir positivamente, ainda que também contenham críticas duras e necessárias.



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