Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

As Relações Bilaterais do Japão com a Índia

21 de setembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image001Avanços no intercâmbio bilateral do Japão com a Índia apresentam interesses recíprocos e continuam crescendo incluindo operações militares com forças de ambos os países.

O primeiro-ministro Shinzo Abe com seu colega indiano, Narendra Modi, reforçam o intercâmbio bilateral

Arthur Herman, do Instituto Hudson, publica um artigo otimista sobre o intercâmbio bilateral do Japão com a Índia no Nikkei Asian Review. Ambos os países vêm reforçando o intercâmbio de interesse a ambos os países, sendo que o corredor ligando Delhi a Mombai, com base nos suportes de ambos os governos, estão sendo executados por grupos privados japoneses, suprindo a insuficiência de infraestrutura naquele país, o segundo em população depois da China.

Todos sabem que sempre existem problemas, mas a falta de alternativas está favorecendo o Japão e a Índia a intensificarem projetos conjuntos, principalmente diante do receio dos avanços chineses e as dificuldades norte-americanas de estarem mais presentes na Ásia. Como é sabido, do ponto de vista ideológico, ambas as economias procuram estimular a atividade privada, mas também estão presentes com atividades públicas, notadamente na infraestrutura e na defesa.

O fato concreto é que ambos estão precisando de parceiros internacionais, e as qualificações atuais dos dois países são as mais recomendáveis. A Índia necessita intensificar os investimentos em infraestrutura e fazem parte do banco chinês que oferece recursos para tanto, e o Japão está afastado desta instituição, mas sabe que necessita suportar com recursos como do JBIC – Japan Bank for International Cooperation estes projetos, até para conseguir encomendas para suas empresas.

O projeto mais recente é o acordo para o fornecimento de hidroplanos japoneses produzidos pelo ShinMaywa Industries do Japão para a Índia, que passará a produzi-los no país. São os chamados US-2 e se destinam à defesa. Serão simbólicos na cooperação entre as duas maiores democracias asiáticas.

De concreto, de 267 empresas japonesas na Índia em 2006, elas passaram para mais de 1.800 em 2013, pois não contam com recursos humanos no Japão e necessitam efetuar as ampliações em países amistosos como a Índia, na Ásia, ainda que estas tradições sejam relativamente recentes. Os japoneses sempre encontraram dificuldades para atuar em cenários estrangeiros.

O Japão necessita continuar a ampliar suas exportações e o mercado indiano de mais de um bilhão de habitantes é atrativo, ainda que a Índia pretenda produzir muito no próprio país. Só o tempo dirá o resultado deste intercâmbio que aparenta ser promissor.

Sempre existem espaços até para manobras conjuntas que estão sendo efetuados pelas forças militares, principalmente agora em que o Sistema de Autodefesa do Japão conta com autorização da Dieta para ampliar suas atividades no exterior. Todos temem as atuações chinesas e a retração norte-americana, inclusive por razões orçamentárias.

Para o Japão, contando com uma base segura na Índia, a sua atuação junto a outros países do Sudeste Asiático acaba se facilitando, mesmo com suas diferenças. O que se constata é a relativamente baixa presença chinesa na Índia. O ritmo de crescimento das relações bilaterais ainda é modesto, pelas características de ambos os países, mas se abrem cenários que deverão continuar sendo explorados.



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