Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Baixa Eficiência da Política Monetária no Crescimento

18 de setembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image001Apesar do conhecimento dos economistas, os responsáveis pelas políticas econômicas acabam atendendo às recomendações dos bancos. Eles são os poucos que se beneficiaram destas medidas de ampliação das suas capacidades de fornecimento dos créditos para o mundo.

Sede do FED – Sistema Federal de Reservas em Washington,USA

Apesar dos mais simples economistas saberem teoricamente que a política monetária é eficiente para contrair o crescimento da economia, bem como reduzir as tensões inflacionárias com uma defasagem de muitos meses, poucos possuem a plena consciência que é um instrumento pouco eficiente para estimular o crescimento econômico de qualquer economia.

Um interessante artigo de Ian Talley, publicado originalmente no The Wall Street Journal, foi reproduzido em português no Valor Econômico. Ele informa que, desde a crise financeira de 2007/2008, os bancos centrais de muitos países do mundo injetaram nada menos do que US$ 8 trilhões para recuperar o crescimento econômico, com resultados pífios. É uma cifra que nem todos conseguem avaliar a sua dimensão dentro da política conhecida como Easing Monetary Policy, que começou nos Estados Unidos e foi se espalhando pelas principais economias do mundo, como na Europa e no Japão.

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Ilustração constante do artigo no Valor Econômico

Os bancos norte-americanos tinham emprestado exageradamente ao setor imobiliário até 2007 e ficou claro que a inadimplência estava incontrolável, podendo provocar um risco sistêmico. Eram considerados grandes demais para falirem, podendo provocar uma crise profunda em todo o mundo. Com esta ameaça, conseguiram que autoridades monetárias, começando pelo FED norte-americano, os assistissem fornecendo centenas de bilhões de dólares a cada banco, apesar de suas más gestões. Transformaram limão em limonada, conseguindo fabulosos lucros, deixando claro que era quem mandava no mundo.

Como isto afetava o dólar desvalorizando-o, outros países como o Japão e a Comunidade Europeia também adotaram medidas semelhante sem reações para defesa das suas exportações, o que funcionava para países que tinham moedas igualmente aceitáveis pelo mundo, como o euro e o yen, provocando uma verdadeira guerra cambial, onde países emergentes como o Brasil eram as vitimas.

Os resultados obtidos em termos de recuperação do crescimento econômico após a crise financeira de 2007/2008 foram pífios, pois a ativação das economias depende mais da política fiscal com os aumentos dos investimentos dos governos na infraestrutura, pro exemplo, criando um clima propício para aumentos também dos investimentos privados.

Hoje, com muitos problemas se espalhando pelo mundo com a redução do crescimento da economia chinesa, dificuldades na Europa, continuidade dos problemas da economia japonesa, afetando também o mundo emergente, passa-se por uma turbulência denominando o novo normal, que ainda deve se prolongar por alguns anos.

A economia norte-americana dá alguns sinais de recuperação, mas também ela depende do resto do mundo que não apresenta um cenário animador. Mas o mundo terá que continuar a crescer, mesmo com taxas mais modestas, pois as populações continuam crescendo em países emergentes e em desenvolvimento, aspirando por níveis de consumo mais elevados, ao mesmo tempo em que inovações tecnológicas estão aumentando a produtividade de todos, notadamente no setor rural.



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