Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Cuidados nos Detalhes de Algumas Informações

28 de setembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Duas informações de artigos publicados no Yomiuri Shimbun servem de exemplos para a necessidade de cuidados nos detalhes. O primeiro refere-se a uma pesquisa de ampla opinião pública sobre a preferência de produtos de qualidade, apesar dos seus preços um pouco mais elevados.

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Gráfico ilustrativo constante de um artigo no The Yomiuri Shimbun.

Um artigo elaborado por Makoto Fukumori foi publicado na versão inglesa do The Yomiuri Shimbun, que é o Japan News. Para a sua compreensão adequada, é preciso completar com outras informações que precisam ser consideradas também, pois não se pode duvidar dos dados de uma pesquisa envolvendo uma amostra de 10 mil consumidores feita por uma instituição como a Nomura Research Institute.

É necessário se considerar o período pesquisado, do ano 2000 a 2012, onde se acelerou no Japão o consumo de produtos preparados, que mesmo sendo considerados diferenciados pela qualidade ainda são relativamente de baixo custo. O período de agravamento da crise atual parece atingir os anos mais recentes, que obriga muitos a redução de suas exigências de qualidade.

O mercado japonês apresenta uma ampla gama de produtos, principalmente de alimentos semipreparados onde novos estão sendo apresentados que procuram se diferenciar dos normais, com o uso de grifes de alguns chefs conhecidos, ou de sabores que foram conseguidos incluí-los nos mesmos produtos industriais. Os produtos considerados de qualidade chegam ao máximo de US$ 5 e ao mínimo de US$ 2, o que parece ser difícil de ser considerado de luxo, numa economia desenvolvida como a japonesa.

Quando tais produtos são consumidos nos restaurantes acabam implicando em outros custos, e o ponto relevante parece ser a praticidade do preparo destas refeições ligeiras, notadamente para as mulheres ocupadas com seus empregos de tempo integral ou parcial e não dispõem de horas para seus preparos completos.

Num outro artigo publicado no mesmo jornal, Tadashi Yanai, presidente da Fast Retailing, controladora da marca Uniqlo, informa que suas atividades na China não estão sendo afetadas pelo crescimento mais lento naquela economia, e que continua com agressivos projetos de ampliação de suas atividades, inclusive com a associação com a Walt Disney.

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                                    Tadashi Yanai, chairman da Fast Retailing – Uniqlo

Como todos sabem, a Uniqlo compete com a H & M e a Zara para se tornar a maior rede de venda de produtos relacionados com as confecções, com preços que podem ser considerados acessíveis para a nova classe média, embora a qualidade ainda não seja de luxo como as grifes consagradas. Um dos mercados prioritários é a China, onde já estão presentes fortemente, e continuam agressivos como na associação com a Walt Disney, em Xangai.

Também planejam expansões em Hong Kong e Taiwan, dentro do que chamam de Greater China, com redes expressivas, num programa de prazo longo, pois reconhecem as limitações do mercado japonês com população declinante e onde caminham também para produtos de grifes.

É evidente que, mesmo com o crescimento da economia chinesa passando de um nível de 7% ao ano para cerca de 4 a 5% anual, ainda é um mercado expressivo e continuará incorporando novos contingentes de consumidores que poderiam ser considerados novas classes média. Certamente, com esta redução no ritmo de desenvolvimento, a agressividade neste mercado exige cautelas adicionais, e a associação com a Walt Disney indicam que novas oportunidades estão sendo consideradas.

Considerando a economia global, e mesmo dos países emergentes mais próximos do Japão, parece natural que a China, mesmo com um crescimento mais modesto, continuará a ser um alvo prioritário para a Uniqlo, ainda que com um realismo maior.



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