Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Descobertas Arqueológicas na China Alteram Conceitos

15 de outubro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Trabalhos sérios de arqueologia efetuados por equipes de muitos países estão sendo anunciados na revista científica Nature, informando que os Homo Sapiens devem ter saído 70 mil anos antes do que se pensava e chegaram primeiro à Ásia e depois à Europa.

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Imagens divulgadas pela revista Nature sobre as escavações efetuadas na China

A equipe de arqueólogos envolve cientistas chineses, ingleses, espanhóis, holandeses e norte-americanos. Ela encontrou dentes humanos nas cavernas, conforme artigo extenso publicado no Nature, uma das revistas mais credenciadas do mundo em assuntos científicos. As informações para o jornal foram fornecidas por Maria Martinon-Torres, pesquisadora da University College London, e uma das coautoras dos estudos.

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Uma seleção dos dentes humanos encontrados em Daoxian na Província de Hunan na China, constante do artigo publicado na revista Nature

É impressionante a qualidade de conservação dos dentes humanos encontrados nas pesquisas arqueológicas na China, considerando que podem ter entre 80 a 120 mil anos. Os estudos sugerem que os homo sapiens chegaram à China atual de 80 a 120 mil anos, quando antes se supunha que tinham saído da África apenas 50 mil anos atrás. Não se sabe que roteiros fizeram, mas tudo indica que chegaram à Ásia antes da Europa.

Duas hipóteses foram levantadas para a demora da ida para a Europa. A primeira seria a presença intimidadora do homem de Neanderthal que estiveram espalhados pela Europa e a segunda seria o frio, pois eram originários da África Oriental.

Também foram encontradas nas cavernas restos de animais, 38 mamíferos, incluindo cinco espécies extintas, um deles um panda gigante maior do que os atuais. Também foram encontradas criaturas semelhantes a elefantes bem como antas gigantes.

A datação dos achados foi feita com as técnicas de radiocarbono, aceitas pelos cientistas para a finalidade. Trabalharam em conjunto cientistas de diversas instituições de vários países, utilizando seus conhecimentos especializados. Destacam-se os chineses, os ingleses, os holandeses, os espanhóis e norte-americanos. O sítio estudado é amplo, atingindo cerca de 3 mil metros quadrados.

Os dentes humanos encontrados são semelhantes aos de outras localidades arqueológicas, não deixando dúvidas sobre os achados. Também as diferenciações foram possíveis de serem feitas com outros conhecidos.

O trabalho apresentado é bem completo, explicando as metodologias utilizadas, bem como o acervo do que foi localizado, permitindo comparações com outros achados de diferentes sítios arqueológicos. Também foram elaboradas tabelas comparativas com outras localidades, dentro de um cronograma de um longo espaço de tempo.

Muitos destes dados serão aproveitados em outros estudos, que permitirão a ampliação substancial do conhecimento desta especialidade, sabendo que ainda existem lacunas que poderão ser preenchidas nas próximas pesquisas.



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