Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Distorção na Economia Norte-Americana

19 de outubro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

 

Chegou-se a uma situação inusitada onde os bancos norte-americanos não se interessam pelos depósitos das empresas daquele país, pois não encontram espaços para emprestá-los com remunerações compensadoras.

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Ilustração publicado no artigo do Valor Econômico

Desde a crise de 2008, as autoridades monetárias norte-americanas vêm adotando o chamado easing monetary policy, inundando o mercado e o mundo com recursos, a tal ponto que os juros básicos são mantidos em 0%, e o FED continua temendo elevá-lo, provocando dificuldades para a recuperação da sua economia, com iguais consequências principalmente nas economias emergentes do mundo, como a brasileira.

Os depósitos, que costumam ser as fontes dos recursos voltados para os empréstimos, continuam crescendo, mas o que conseguem emprestar com retornos positivos estão reduzidos a cerca de 70% dos mesmos. Assim, mesmo cobrando pelos serviços de manterem as contas, estão recusando os das empresas que podem ser volumosamente transferidos para os bônus do Tesouro Americano, o que acabaria exigindo a manutenção de um encaixe elevado para dar liquidez a estes depósitos. É uma situação inusitada, que acabará pressionando o FED a promover uma pequena alta dos juros básicos, previsto para 2016.

Os bancos só obtêm resultados com os empréstimos decorrentes destes depósitos se puderem contar com juros razoáveis, mas a concorrência não permite esta cobrança, por excesso de liquidez. São indicações que estas correções dos easing monetary policy serão problemáticas, mesmo tendo que ser efetuadas em algum momento futuro.

Esta situação também ocorre em muitos outros países, pois tanto na zona do euro como do yen também foram adotadas políticas para concorrerem com os norte-americanos, ainda que forma menos intensa. São também indicações que sempre existem problemas gerados pelos artificialismos que possam ter sido necessários num determinado momento.

Isto significa também que as elevações dos juros internacionais acabarão sendo indispensáveis talvez em 2016, e economias emergentes como a brasileira terão que estar preparadas para a maior fuga de recursos para a segurança, que devem provocar uma tendência para maior desvalorização do câmbio, mesmo sendo feita com a máxima cautela, como está indicando o comportamento do FED dos Estados Unidos.

Este assunto foi publicado por Juliet Chang e Sarah Krouse inicialmente no The Wall Street Journal e reproduzido em português no Valor Econômico.



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