Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Expressivos Sinais de Mudanças na Matriz Energética

8 de outubro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Muitos brasileiros contaram com ovos que a galinha não tinha ainda botado com as expectativas de grandes reservas de petróleo no pré-sal. As licitações atuais dos lotes de potenciais reservas indicam perspectivas de mudanças nas futuras matrizes energéticas em todo o mundo.

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Tabela inserida no artigo publicado no Estadão

Além do quadro econômico e político brasileiro não ser dos mais animadores, parece evidente que existem indícios das futuras mudanças nas matrizes energéticas em muitas localidades do mundo, com o aumento das gerações de energias limpas do tipo eólico ou solar, com prejuízo do uso de energias poluentes como os derivados de petróleo nas próximas décadas.

Um artigo elaborado por Tom Randall e publicado no site da Bloomberg já indicava que, apesar das dificuldades existentes, até na Alemanha e no Reino Unido as energias derivadas do uso dos ventos e do Sol já estavam competitivas com as que utilizam derivados de petróleo ou carvão mineral. São países onde os períodos ensolarados são relativamente menores que nos países tropicais, mesmo dispondo de ventos favoráveis.

Espera-se que avanços tecnológicos continuarão acelerados nestes setores não poluentes, com o uso de baterias de lítio de elevada capacidade. Ao mesmo tempo, com o aumento da consciência mundial sobre os problemas ambientais, muitos países assumirão compromissos para perseguir metas ousadas para as próximas décadas, tendo como alvos 2025 e 2050, implicando na redução de fontes poluentes como as que utilizam derivados de petróleo e carvão mineral.

O Brasil contava com o pré-sal para gerar recursos que pudessem ser aplicados em setores sociais como educação e saúde, mas parece evidente que chegou atrasado, principalmente com os escândalos envolvendo a Petrobrás e as grandes empreiteiras. É compreensível que na 13ª rodada de licitações da ANP – Agência Nacional de Petróleo, somente 13,9% dos lotes tenha sido arrematada, onde empresas multinacionais também se mantiveram cautelosas.

Com os graves problemas climáticos ocorrendo recentemente em variadas regiões do mundo, a consciência da urgente necessidade de mudanças substanciais na matriz energética parece ficar patente, ainda que existam muitas limitações econômicas. Espera-se que o quadro ajude nas próximas reuniões programadas para este ano, como a que ocorrerá em Paris até o final de dezembro.



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