Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Novo Relacionamento Reino Unido com a China

21 de outubro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image002Um artigo publicado por Philippe Le Corre, do Foreign Affairs, permite ter uma visão diferenciada da importância da visita de Estado de Xi Jinping ao Reino Unido, onde foi recebido com todas as honras pela Rainha Elizabeth II.

Xi Jinping e senhora recebida pela rainha Elizabeth II e esposo

Muitos interpretam a visita do presidente Xi Jinping ao Reino Unido como mera visita protocolar de Estado. No entanto, um artigo de Phelippe Le Corre, do Foreign Affairs, mostra que se consolidou a mais importante aliança da China com um país ocidental. Transformou em fracasso a visita aos Estados Unidos, ofuscada pela presença na mesma época do papa Francisco, a intervenção militar da Rússia na Síria, a demissão do presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, John Boehner, e as parcerias chinesas com a França e a Alemanha passaram para um segundo nível.

Todos sabem que os Estados Unidos e muitos dos seus aliados encontram-se num perigoso confronto com a China que vem aumentando sua importância política e militar, além da que já conquistou em termos econômicos e comerciais. O primeiro sinal de grande importância foi o Reino Unidos ter precipitado o apoio dos principais países europeus como membro fundadores ao AIIB Asian Infrastructure Investment Bank, liderado pela China contra a posição defendida pelos Estados Unidos. Pavimentou a adesão da Alemanha, da França, da Itália e da Austrália, entre dezenas de outros, inclusive o Brasil.

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Xi Jinping numa carruagem com a rainha Elizabeth II

Este movimento começou em dezembro de 2013 quando o primeiro-ministro David Cameron visitou a China acompanhado de uma grande comitiva de empresários, incluindo os CEOs da Rolls-Royce, da BP, da Royal Dutch Shell, do Barcleys, do HSBC e do Glaxo-SmithKline, entre outros pesos pesados. O Reino Unido, que tinha provocado a guerra do Ópio, mantido por longo tempo a colônia de Hong Kong e outros conflitos com os chineses, voltava a formar uma das mais importantes parcerias com esta nova potência asiática.

Hoje, existem estratégicos investimentos chineses no Reino Unido, como na energia nuclear, no aeroporto de Heathrow, na Thames Water, no aeroporto de Manchester, além de volumosos investimentos imobiliários.

O Reino Unido, retirando a China da possibilidade de ser colocada como polo dialético dos Estados Unidos e seus aliados, cria as condições para levar os norte-americanos à mesa de negociações para os problemas da segurança na região Ásia Pacífico.

Também no âmbito do TPP – TransPacific Partnership, como estão em negociações os acordos comerciais entre os dois lados do Atlântico, haveria uma natural tendência para se evitar a formação de um bloco do Pacífico, ajudando o mundo a manter mecanismos de comércio mais livre em todo o mundo. O Brasil precisa apressar a sua participação nestes entendimentos.

Parece ultrapassada as posições passadas adotadas pelos Estados Unidos que dividiam os países entre os aliados e os considerados inimigos. A diplomacia e o comércio impõem a realidade de um mundo globalizado onde todos, independentemente de suas preferências ideológicas, tenham possibilidade de usufruir dos benefícios do desenvolvimento mundial.



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