Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Dura Volta Para a Racionalidade na América do Sul

7 de dezembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: , , , ,

clip_image002Os resultados das eleições na Argentina e na Venezuela são alvissareiros, mas ainda pontos de inflexão, a partir dos quais se espera caminhar para as duras realidades que demandam tempo para serem resolvidas. Mas alimentam as esperanças de serem contagiantes, deixando que as políticas considerem as limitações, além das meras vontades.

Vitória de Mauricio Macri na Argentina deve ser um ponto de inflexão no tenebroso populismo de longa data naquele país, influenciando outros países da América do Sul

Depois do peronismo e do kirchnerismo baseado no mais arcaico populismo, a Argentina passa por um ponto de inflexão com a eleição de Mauricio Macri, mas ainda exigirá anos de sacrifícios para voltar a contar com a pujança de um país, que no final da Segunda Guerra Mundial figurava entre os mais desenvolvidos do mundo, contando com ricos recursos naturais e uma população comparável com a europeia.

Mauricio Macri visitou o Brasil como a sua primeira viagem depois da eleição, Ele exigia a exclusão da Venezuela do Mercosul, mas depois da vitória da oposição com maioria qualificada no parlamento daquele país, ele reconhece que os países da América do Sul precisam se ajudar na consolidação da racionalidade, que vem sendo a orientação da política externa brasileira.

Também a maluquice do chavismo, agravado pelo Nicolás Maduro com sua pretensão de uma solução bolivariana, deixou o país, que conta com as maiores reservas de petróleo do mundo, numa situação onde sua população não podia mais dispor dos produtos básicos para a sua vida. Foi obrigado a aceitar a acachapante derrota eleitoral no parlamento, que obriga a Venezuela a voltar para a dura realidade.

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O presidente venezuelano Nicolás Maduro, obrigado a aceitar a arrasadora vitória da oposição

O Brasil, que vive um período de turbulência econômica e política, também espera passar pelo seu ponto de inflexão onde não seja a vontade política a guiar a sua orientação, mas o respeito também às inexoráveis e insuperáveis restrições econômicas, com a força de sua tradição democrática. No passado, já houve personalidades afirmando que a América do Sul pende para o lado que caminhar o Brasil. Espera-se que isto ocorra com a brevidade desejada.

O mundo passa por um período de grandes provações, mas a América do Sul é dotada de ricos recursos naturais e povos capazes de trabalhar duro para as superações de suas dificuldades. Alguns são exageradamente emotivos, foram vítimas de dirigentes demagogos, mas as limitações estão impondo a necessidade de reconhecimento das restrições existentes que só podem ser superadas por muito trabalho. Não existe milagre, e os diversos países estão compreendendo que não são as restrições vindas do exterior, mas as internas que precisam ser superadas.

As mudanças que muitos achavam que seriam difíceis estão ocorrendo e a racionalidade mínima necessária está sendo imposta a duras penas. Mas são, muitas vezes, os sofrimentos a nos convencer que só trabalhando muito podemos superar os nossos problemas, com a ajuda dos recursos naturais dos quais fomos dotados. Não existe um determinismo geográfico ou histórico, nem existem soluções mágicas, dependendo de nós mesmos e do nosso trabalho.



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