Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Experiência da Política Econômica do Japão

29 de dezembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image002Desde 2008, o mundo seguindo a política monetária dos Estados Unidos veio confiando que a chamada quantitative monetary easing seria o instrumento fundamental para recuperação da economia, exagerando no uso da política monetária, o que aconteceu também no Japão e na Comunidade Europeia, nem sempre conseguindo os resultados esperados.

O experiente Tomoo Gyohten comenta sobre os passos que o Japão precisa tomar no próximo ano na política econômica

Isto que ocorreu no mundo desenvolvido, nos emergentes como o Brasil, que enfrenta também o problema da inflação, a chamada independência do Banco Central tornou-se um ponto de honra, quando na realidade a formulação da política econômica é mais complexa, exigindo uma adequada harmonização da política fiscal, monetária, cambial, bem como aspectos previdenciários e trabalhistas, que não está se conseguindo, com um comportamento quase estanque de diversos setores do governo. Parece indispensável que haja uma equipe preparada, com a chefe do governo cuidando somente da arbitragem das diferentes opiniões.

No Japão, persegue-se sair da deflação com o objetivo de chegar a uma inflação de 2% ano, que se supõe ajudaria na recuperação da sua economia, que já passa por mais de duas décadas de estagnação, mesmo num elevado nível de renda e bem-estar da população, em declínio. Por mais que o Bank of Japan se empenhe com o seu quantitativa easing monetary policy, tendo também a necessidade de aumentar os impostos pelo absurdo nível da sua dívida pública, não vem conseguindo estimular a sua economia. Apela-se para que as empresas aumentem os salários pagos para seus empregados, pois os idosos procuram preservar os seus patrimônios não exagerando no consumo, que está sendo ajudado pelos dispêndios dos turistas estrangeiros. A política fiscal também sofre restrições com este elevado endividamento, e a desvalorização cambial que estava ajudando a exportação pode sofrer os impactos da elevação dos juros nos Estados Unidos.

Segundo o experiente Tomoo Gyohten, em uma entrevista publicada no The Japan Times, o Japão necessita de uma nova política econômica, não dependendo exageradamente do Bank of Japan, no que meu amigo pessoal tem inteira razão. O governo japonês já vem comprimindo suas despesas de custeio para ter sobras para investimentos, mas estes estão ocorrendo no exterior, estimulando pouco a economia local, mesmo com toda a campanha chamada Abeconomics. Não é um problema fácil de ser resolvido, quando o Japão apresenta restrições para contar com jovens imigrantes do exterior e mesmo que tenha ampliado o emprego de recursos humanos femininos.

Tudo isto vem mostrando que no futuro próximo as oportunidades de crescimento econômico continuam nos países emergentes, mesmo com todas as suas limitações. Muitos países da Ásia vêm se empenhando neste sentido, e espera-se que também na América Central e Sul, como na África, haja um mínimo de racionalidade na formulação da política, sem a pretensão de consumir o que não foi produzido.



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