Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Entendimentos do Japão com a Índia

12 de dezembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

clip_image001O Japão e a Índia ressaltam que estão intensificando as suas relações. Começaram com os investimentos de cerca de US$ 12 bilhões com tecnologia japonesa no sistema de trem rápido para os indianos, ligando Mumbai e Ahmedabad, mas desejam se aprofundar nos sistemas de defesa e nos programas nucleares, como consta de muitos artigos publicados pela imprensa japonesa. Foto: O premiê japonês Shinzo Abe com Narendra Modi, da Índia

Do ponto de vista ideológico, os atuais governos do Japão e da Índia apresentam uma grande similaridade com o uso intensivo do setor privado, o mesmo não acontecendo com a China, que continua sendo mais importante na Ásia do ponto de vista econômico. O Japão vem perdendo muitos projetos que cogitavam o uso de sua tecnologia consolidada com o Shinkansen, que, apesar de considerada a mais sofisticada, seus custos nem sempre são compatíveis com as condições de outros países, notadamente asiáticos. Modi espera o emprego da mesma tecnologia em outras ligações ferroviárias, sabendo-se que a tecnologia japonesa envolve habilidades humanas, como a detecção de problemas pelos sons nas batidas sobre as rodas.

Ambos os países enfrentam os desafios das presenças crescentes dos chineses no Mar Sul da China, onde os norte-americanos já não contam com as possibilidades passadas da Pax Americana, mas ambos os países são seus aliados. Precisam aumentar suas contribuições para a segurança externa e estão elevando os seus investimentos em equipamentos militares bem como suas tecnologias. Também procuram avançar nas tecnologias do uso nuclear civil para ajudar a resolver seus problemas de energia bem como de outros usos, evitando a utilização militar.

Para os indianos, os acordos com os japoneses permitem ampliar os acessos às tecnologias de ponta dos japoneses em diversos setores. Modi ressalta o nível de confiança recíproca com estes acordos, e os japoneses sabem que as dimensões populacionais da Índia são relevantes, podendo chegar a rivalizar-se com a China na hegemonia mundial dentro de algumas décadas.

Mas também muitos reconhecem que os problemas recíprocos não podem ser desprezados, com a Índia contando com populações com diferenças religiosas e outras, que ainda determinam condições de bem-estar modestas, e os japoneses não possuem habilidades para atuar com povos de tradições culturais muito diferentes.

De qualquer forma, estas tentativas iniciais demonstram que as alternativas são raras, e uma colaboração recíproca pode representar o que se chama second best, ou seja, não é o ideal mas a alternativa disponível de melhor qualidade.



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