Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Observando o Que Está Melhorando no Mundo

26 de dezembro de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image001Parece haver um exagero em muitas análises pessimistas dos problemas de curto prazo e Steven Radelet, da Universidade de Georgetown e membro da Brookings Institute, publicou um livro neste ano sobre o desenvolvimento que está ocorrendo no mundo, que resumiu num artigo publicado pelo Foreign Affairs.

Capa do livro de Steven Radelet, The Great Surge: The Ascent of the Developing World (A Grande Onda: A Ascensão do Mundo em Desenvolvimento, tradução livre).

Steven Radelet destaca que a vida nos países pobres mudou profundamente para melhor desde 1990. Um bilhão de pessoas saíram da pobreza extrema, os rendimentos médios duplicaram, as taxas de mortalidade infantil caíram, milhões de meninas foram matriculadas nas escolas, a fome crônica foi diminuída pela metade, as mortes por malárias e outras doenças foram reduzidas drasticamente, a democracia se espalhou por toda a parte e as guerras sofreram queda de 50%. Estas melhorias sem precedentes na história não se resumiu aos destaques da China e da Índia, mas afetaram os países em desenvolvimento em todo o mundo, da Mongólia, Moçambique, Bangladesh e Brasil, entre outroz.

Ele menciona uma pesquisa efetuada pela organização sueca Novus International Group com os norte-americanos e 66% achavam que a pobreza absoluta tinha dobrado e 29% que não tinha mudado. Apenas 5% sabia que tinha sido reduzida para metade. Portanto, a ignorância não é só dos brasileiros e seus meios de comunicação social que insistem em ser parciais com relação até ao Brasil.

Atualmente, os problemas climáticos e as tensões do Oriente Médio ameaçam os progressos já obtidos, com os Estados Unidos, segundo o artigo, correndo o risco de perder a liderança mundial por insistir somente na democracia, quando poderia fazer muito mais para o desenvolvimento econômico.

Segundo o autor, a pobreza global está caindo mais que em qualquer período da história da humanidade, mencionando muitos dados disponíveis. A melhoria na saúde continua maior e a expectativa de vida está aumentando. Os estudantes com educação primária passaram de 72% para mais de 87%. Os ditadores estavam aumentando até 1980, a partir da qual começaram a reduzir. Em 1983, 17 dos 109 países em desenvolvimento eram considerados democráticos, passado para 56 em 2013.

Muitos países estão adquirindo direito às eleições sem violência e suas democracias estão se aprofundando a partir do término da Guerra Fria, com o desenvolvimento ajudado pelas superpotências, aumento da globalização que eleva o comércio, investimentos, informações e acesso às tecnologias, melhorando o padrão de vida de muitos. Vários líderes locais ajudaram na melhoria dos seus países, com destaque para Nelson Mandela.

Na opinião do autor, os Estados Unidos deveriam apoiar mais nestas melhorias, pois o desenvolvimento contribui mais que o envio de soldados e ajudaria os próprios países desenvolvidos que estão ampliando suas exportações. Também colaboram na disseminação dos valores que prevalecem entre os norte-americanos. Mas o autor reconhece que também existem motivos para o pessimismo, com o acentuado crescimento populacional enquanto as inovações tecnológicas são difíceis de serem introduzidas nos aumentos das produções locais.

Muitas destas mudanças estão sendo comandadas pelas lideranças locais, reduzindo suas dependências dos recursos naturais, investindo mais em educação, expandindo as oportunidades das mulheres, reforçando a democracia baseada na legislação. Mas foram afetadas pelas dificuldades globais como as recessões mundiais. O capitalismo de Estado está sendo questionado em muitos países e o fundamentalismo religioso é uma ameaça em alguns, como problemas como o Estado Islâmico. Em algumas regiões, os avanços das iniciativas chinesas são maiores do que as norte-americanas.

Estão sendo levantados atualmente os problemas climáticos, gerando preocupações com as produções de alimentos, e os países como os Estados Unidos, na opinião do autor, deveriam fornecer exemplos de avanços. Deveriam facilitar as inovações tecnológicas, ajudando na governança das instituições internacionais, pois o autor acredita que países em desenvolvimento estão duvidando de algumas ações das mesmas. Os países desenvolvidos deveriam ajudar no aumento do comércio exterior e nos programas humanitários que aceleram na transição para a democracia.

Os países como os Estados Unidos deveriam auxiliar nas melhorias das instituições de ensino locais, segundo o autor, pois o futuro também do país depende da melhoria da prosperidade mundial e da paz.

A consulta à íntegra do artigo e os dados do livro parecem importantes para análises mais profundas sobre o que está acontecendo, visando a continuidade dos avanços objetivos.



Deixe aqui seu comentário

  • Seu nome (obrigatório):
  • Seu email (não será publicado) (obrigatório):
  • Seu site (se tiver):
  • Escreva seu comentário aqui: