Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Previsão do The Economist do Crescimento no Mundo

4 de janeiro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , | 2 Comentários »

Ainda que as previsões sejam sempre arriscadas, mesmo para revistas com experiência como o The Economist, sempre poderão dar uma primeira visão do que se espera ocorrer neste ano de 2016.

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Gráfico constante no artigo no The Economist

Depois da crise mundial de 2008, houve um longo período no qual os países emergentes do mundo tiveram um desempenho melhor do que os países desenvolvidos. Mas agora os resultados se alteraram, enquanto os desenvolvidos começam a se recuperar, ainda os emergentes continuam lutando com suas dificuldades, onde o Brasil se destaca pelos resultados mais fracos, com uma forte recessão.

Mas ainda existem países emergentes como a Índia, a China e a Indonésia com resultados expressivos melhores do que o mundo desenvolvido. Os resultados mais fracos ficaram com o Brasil, a Rússia e a África do Sul, havendo que se identificar quais foram as causas para tanto, que poderiam ser corrigidas mesmo com muitos sacrifícios.

As recuperações do mundo desenvolvido ainda são modestas havendo possibilidade de reversão do quadro diante do comportamento mundial, pois existem também os que sofrem com a redução dos resultados de suas exportações, como é o caso da Austrália, num quadro muito semelhante com o do Brasil.

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O gráfico do The Economist agregado por regiões

Países da América do Sul e Central são fornecedores de produtos primários, no geral, como também acontece com Rússia, mas também a Europa luta com suas dificuldades ainda em 2016. O que parece comum é que este ano reflita consequências dos anos recentes, quando muitos consumiram além de sua produção e estão pagando por isto.

Também não efetuaram as reformas para enfrentar um quadro externo mais difícil, com a exceção da China que sofre uma desaceleração brusca, com suas dificuldades, mas continuaria mantendo um crescimento elevado. No primeiro dia deste ano, as bolsas foram afetadas pelos resultados da China, que terá dificuldades de manter suas previsões, mesmo se tratando de uma economia ainda centralizada numa grande parcela, com as intenções governamentais mais ousadas.

Parece evidente é que estas tendências não se resumam ao ano considerado, e no caso brasileiro, mesmo com as reformas efetuadas, seus efeitos só poderão ser sentidos a partir do final do ano e para 2017 em diante. Mas mudanças radicais são indispensáveis, esperando-se que a classe política tenha entendimento de que tais sacrifícios são indispensáveis numa visão de prazo mais longo.


2 Comentários para “Previsão do The Economist do Crescimento no Mundo”

  1. José
    1  escreveu às 00:01 em 5 de janeiro de 2016:

    A crise política e econômica no Brasil está entre os dez maiores riscos para o cenário internacional em 2016. O alerta é da consultoria Eurasia Group que, nesta segunda-feira, publica seu ranking dos elementos de maior risco para o mundo no ano. O Brasil está na oitava posição.

    “A presidente Dilma Rousseff está lutando por sua sobrevivência política e a crise política e econômica deve piorar em 2016”, alertou a entidade. Para a consultoria, as apostas de que haja uma solução não devem ser vistas com otimismo. “A batalha sobre o impeachment de Rousseff não deve colocar fim ao impasse político atual”, apontou o grupo, um dos maiores do mundo em termos de análise de risco político.

    “Se ela sobreviver, seu governo não ganhará a força política necessária para fazer avançar as reformas econômicas que o país precisa para lidar com seu déficit fiscal cada vez maior”, indicou. “Se Rousseff cair, o governo liderado pelo vice-presidente Michel Temer não fará muito melhor”.

    A consultoria também aponta para o impacto da Operação Lava Jato. “A presidente vai continuar vulnerável ao caso de corrupção Lava Jato”, disse. “Isso deve revelar novas evidências de irregularidades dentro de seu partido, o PT, que podem também levar a novos pedidos por seu impeachment”.

    Para a Eurasia, o destino de Dilma pode ser definido ainda mais rápido se “seu mentor e ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva sentir a pressão das investigações e se virar contra a agenda de reforma de Rousseff”. Na avaliação do grupo, se Dilma continuar no poder, ela será “uma presidente cada vez mais cativa de elementos radicais de seu partido”, em conflito com o Congresso e que podem levar a uma “paralisia política”.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 08:19 em 6 de janeiro de 2016:

    Caro José,

    Obrigado pelo seu comentário, que concordo quase em sua totalidade.

    Paulo Yokota


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