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Complexidade do Poder na China e os Sinais de Concentração

12 de fevereiro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: , , ,

clip_image001Há claros sinais que o presidente Xi Jinping consolida todo o poder como nunca se observou na China, eliminando com paciência e perseverança qualquer grupo que possa contestá-lo e ao seu grupo nas próximas décadas, mesmo com todas as dificuldades que são enfrentadas por aquele país.

A reforma militar é um dos sinais de forte concentração do poder nas mãos do presidente Xi Jinping

O título de um artigo publicado no Nikkei Asian Review, “Xi declares victory over old rivals Jiang (Zemin), Hu (Jintao)”, não pode ser desconsiderado. Os japoneses figuram entre os melhores analistas da situação política na China dada a importância do seu vizinho e principal parceiro econômico e comercial.

Os analistas mais qualificados sobre os acontecimento do mundo vêm observando que o poder está se concentrando na China como nunca se observou naquele país ou em outros, como a antiga URSS. Mesmo com as dificuldades da falta de grandes estadistas no mundo atual, é preciso considerar que Xi Jinping, ajudado pela complexa estrutura existente naquele país, e até pelas dificuldades internas como externas, vem concentrando o poder de forma assustadora.

O artigo naquele jornal japonês pode ser mais claramente entendido quando se constatam que Jiang Zemin foi escolhido por Deng-Xiaping, tendo como uma figura de acentuada importância Hu Jintao, ambos que detiveram o poder máximo naquele país durante duas décadas. As campanhas contra a corrupção que eliminaram líderes importantes na China, muitos fortemente ligados a estes dois ex-secretários gerais do Partido Comunista Chinês e presidentes, e cujos seguidores tinham importância no quadro político daquele país para os próximos anos.

A reforma militar que se processou na China alterou totalmente o quadro neste setor. Os militares estão todos submetidos ao poder de Xi Jinping, não havendo nenhuma possibilidade da poderosa capacidade militar daquele país apresentar qualquer contestação ao atual presidente. Não se pode ignorar que estes processos que vieram sendo alterados nos últimos anos não tenham sofrido fortes resistências. Quando o braço direito de Xi Jinping e possivelmente um dos fortíssimos candidatos à sua sucessão, Huang Xingguo, afirma que “Devemos proteger o secretário geral Xi em todos os custos”, nota-se uma velada referência às resistências.

Todos sabem que a desaceleração do crescimento da economia chinesa, as dificuldades de aumento da importância de suas bolsas de valores e de fortalecimento do Yuan no cenário internacional estão entre estes custos. As reformas não ocorrem como esperavam, muitas estatais precisarão ser alteradas e os problemas de poluição são todos de grandes dificuldades técnicas para serem superados. Mesmo num país economicamente centralizado, com restrições políticas e nos meios de comunicação, existem limitações econômicas insuperáveis.

As restrições do mundo globalizado bem como os encargos militares como de política econômica externa não podem ser subestimados. Quanto mais forem expressivos, deve-se esperar endurecimentos políticos por parte de Xi Jinping e seu grupo. Não será, certamente, acomodações fáceis a serem processadas com o resto do mundo, principalmente quando países e regiões importantes como os Estados Unidos e a Europa não fornecem sinalizações claras das tendências que perseguirão.



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