Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Produção Brasileira de Cogumelos

22 de fevereiro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Gastronomia | Tags: , ,

clip_image002Um artigo publicado por Bettina Barros no jornal Valor Econômico aparenta pequena confusão entre diversos tipos de cogumelos, principalmente com a ampliação da produção dos conhecidos como shitake, de origem japonesa, no mercado brasileiro.

A foto constante do artigo no Valor Econômico aparenta a produção de cogumelos que não são shitakes, pois Iwao Akamatsu parece produzir “camas” com diversos componentes para a sua produção

O shitake proveniente do Japão, cuja produção utiliza troncos de madeiras duras como os carvalhos, onde são injetadas as sementes que acabam multiplicando estes tipos de cogumelos. No Brasil, como o frio não é suficiente, costuma-se dar um banho em água gelada e são utilizados troncos como os de eucaliptos que acabam produzindo shitakes sem sabores intensos, mas aceitos pelo mercado local.

Como no Brasil existem outras madeiras mais duras, espera-se que elas sejam utilizadas para aumentar a produção de shitakes, inclusive as provenientes da Amazônia, que poderiam proporcionar sabores mais ricos. A qualidade poderia ser melhorada com as secagens destes cogumelos que acabam enriquecendo o seu sabor, além de os tornarem resistentes para períodos mais longos de uso.

Paralelamente, foram desenvolvidas as produções de outros tipos de cogumelos com a utilização de “camas” com muitos diferentes componentes, começando pelos champignons de origem francesa para depois evoluírem para outras variedades, que aparenta ser objeto da reportagem publicada, pelo que pode ser observado na foto.

Muitas destas produções estão sendo feitas pelos lavradores chineses não somente na região de Sorocaba, mas também na de Mogi das Cruzes, oferecendo produtos variados no mercado brasileiro, como os conhecidos como shimeiji brancos e escuros. Quem frequenta o Ceagesp, por exemplo, observa que muitos tipos estão sendo ofertados, ajudando a enriquecer a gastronomia brasileira, no seu processo de fusion.

Parece que alguns conhecimentos técnicos estão sendo absorvidos da Ásia, onde seus consumos já são amplos e as técnicas de produção são mais eficientes, ainda que os climas sejam diferenciados. O próprio empresário Iwao Akamatsu efetuou um estágio no Japão, patrocinado pela JICA – Japan International Cooperation Agency. Historicamente, estas produções são antigas na China como na Coreia. O que se espera é sua adequada adaptação utilizando a rica biodiversidade brasileira, inclusive para abastecimento do mercado internacional.



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