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Repatriação de Japoneses Depois da Segunda Guerra Mundial

7 de março de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

imageMuitos imigrantes japoneses e seus descendentes no Brasil nem sempre possuem uma noção clara das imigrações que foram feitas, por exemplo, para a Mongólia. Com a derrota na guerra, sua repatriação para o Japão foi certamente uma epopeia de grande magnitude.

Mapa da atual região de Sakhalin, na Rússia, publicado no Yomiuri Shimbun

O artigo de Kenichi Ogata, publicado no site da The Japan News, a versão inglesa do Yomiuri Shimbun, conta que foram descobertos em Moscou os registros do movimento de 288.655 japoneses detidos, na região do então Karafuto (hoje Sakhalin), pela União Soviética no fim da Segunda Guerra Mundial. São 393 páginas de documentos do Arquivo do Estado russo, com dados detalhados sobre os mesmos, inclusive 262 que faleceram e 1.069 que foram mandados para trabalhos forçados ou transferidos para autoridades de segurança.

O artigo informa que o governo japonês acompanha estes fatos por mais de 20 anos, mas estes documentos não foram encontrados nas atividades de coleta. As autoridades japonesas foram informadas sobre a existência destes dados detalhados que receberam posteriormente. Um amigo de atividades empresariais foi o mais alto oficial enviado para a Mongólia a fim de promover estas repatriações, tendo ficado preso pelas autoridades russas por muitos anos.

Tudo indica que estes dados também não incluem outros imigrantes enviados para a Mongólia para participar da retirada, que foi naturalmente muito tumultuada, pois os trens não eram suficientes para acomodar a todos, tropas e civis. As informações é que muitos foram transformados em chineses para poder sobreviver.

Os dados japoneses também não parecem completos, pois muitos nasceram nesta região num período de guerra que contava com uma ferrovia para a ligação com a proximidade do Japão. Supõe-se que o seu número foi bem superior aos vindos ao Brasil ou foram para outros países sul-americanos ou aos Estados Unidos.

A União Soviética estabeleceu cinco campos de repatriamento para o Japão, sendo Nakhadka, na URSS, Maoka, em Karafuto, Hungnam e Wonsan, na Coreia do Norte, e Dalian, na China. O artigo informa que cerca de 300 mil residentes japoneses ao sul de Sakhlin foram proibidos de retornar ao Japão, tendo as suas vidas controladas.



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