Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Shakespeare e Cervantes Depois de 400 Anos

18 de abril de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Nestes tempos de grandes distúrbios no mundo, sempre é importante aprender o que autores importantes como Willian Shakespeare e Miguel de Cervantes deixaram para a humanidade, como se tudo que fosse relevante já tivesse sido captados por eles.

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Ilustração de Shakespeare e Cervantes constante do artigo publicado no site de O Globo

O conjunto de artigos publicados no site de O Globo, a partir do artigo de autoria de Guilherme Freitas e Luiz Felipe Reis, aparece como um refrigério no mar de mediocridade e de notícias negativas atuais, pois mostram que há mais de 400 anos estes autores tiveram a capacidade de entender a essência do comportamento humano, expressando nas suas obras as bases do teatro contemporâneo. Dá a impressão de que tudo de relevante foi tratado por eles, como se tivessem esgotados os temas importantes para a compreensão dos seres humanos.

O amor, o ódio, o ciúme e todos os comportamentos humanos importantes para a compreensão de nós mesmos, até hoje, parece terem sido esboçados na sua essência por estes dois autores, que aparentemente não conheceram reciprocamente suas contribuições, quando o mundo ainda não estava globalizado e as comunicações, mesmo entre a Inglaterra e a Espanha, grandes potências da época, eram precárias. Estes autores se tornaram reconhecidos séculos depois dos seus trabalhos e hoje são muito conhecidos em todo o mundo.

Teriam falecido no próximo dia 23 de abril, mas o artigo explica que a Inglaterra usava o calendário Juliano, e a Espanha já adotava o Gregoriano. Assim, corrigido para o que o Ocidente usa hoje, Shakespeare teria falecido em 3 de maio, havendo ainda outras duvidas sobre Cervantes, que poderia ser 22 de abril, mas tudo isto não tem a menor relevância. Era uma época onde a Espanha era rica em função das Américas e a Inglaterra passava por turbulências.

Muitos trabalhos estão mencionados no artigo do site de O Globo. Ele pode ser acessado para a sua leitura integral, que vale a pena, no http://oglobo.globo.com/cultura/livros/os-400-anos-da-morte-de-william-shakespeare-miguel-de-cervantes-19105201. Discute-se sobre a possibilidade de influência entre estes dois gênios, mas parece que Cervantes foi divulgado imediatamente, enquanto Shakespeare só foi no século XIX.

Cervantes escreveu numa linguagem do cotidiano, enquanto Shakespeare numa forma mais poética, mais ambígua, que permite ser ajustada a diversas interpretações. O historiador francês Roger Chartier defende que o inglês pode ter lido Dom Quixote. Muitos dos livros citados são encontráveis até em português.

Haverá na comemoração dos 400 anos um esforço para a apresentação mais ampla de Cervantes, feita pelo Instituto que leva seu nome, em diversos locais do Brasil, nas suas mais variadas versões, inclusive de cinema. Um artigo de Joca Reiners Terron explica que a herança de Cervantes é tudo, menos óbvia.

Também Shakespeare merecerá muitas atividades, como as que serão promovidas pela British Council em diversos lugares do Brasil. Um artigo de Geraldo Carneiro trata da arte da palavra deste autor.



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