Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

As Relações da China com os Estados Unidos

6 de junho de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image001A China e os Estados Unidos mantêm constantes reuniões nos mais elevados níveis, mas analistas experientes observam que há muitos sinais de deterioração da situação, com risco de confrontos mais agudos.

O presidente da China, Xi Jinping, manteve hoje uma entrevista com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o secretario do Tesouro, Jacob Lew, em Beijing

 

 

Segundo artigo publicado por Issaku Harada no Nikkei Asian Review, o presidente Xi Jinping pediu celeridade no acordo sobre investimentos entre os dois países, que vem se arrastando por anos. O fato concreto é a imposição dos Estados Unidos de pesadas tarifas para os produtos siderúrgicos chineses que estavam reduzindo a siderurgia norte-americana, vital para a manutenção de seu poder militar. Ambos os países estão aumentando seus arsenais de equipamentos militares, elevando a possibilidade de um confronto que poderia começar pelo controle do Mar Sul da China, uma rota vital para o abastecimento chinês.

As pressões chinesas sobre aliados dos Estados Unidos na Ásia, como o Japão, denotam também o aumento das tensões. As dificuldades chinesas de manter o seu ritmo de desenvolvimento ampliam as dificuldades, havendo indícios que as autoridades chinesas estão regredindo para medidas políticas como as do período de Mao Tsetung.

Tudo indica que a China ainda não dispõe de força suficiente para confrontar os Estados Unidos, mas se continuar mantendo o seu crescimento econômico poderá ultrapassar os norte-americanos em algumas décadas. Apesar das grandes diferenças políticas, ambas as potências entendem que, com o diálogo, eventuais dificuldades poderiam ser superadas, mas ao mesmo tempo aumentam seus arsenais.

As dimensões populacionais pesam a favor da China e, apesar da sua melhoria econômica, não ocorrem ainda distensões políticas, mantendo-se um regime de partido único, sem que os direitos dos dissidentes sejam respeitados. É evidente que nas próximas décadas possa haver algumas mudanças, mas os problemas existentes são de difíceis soluções.



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